"Portugal não precisa de mendigar apoio", diz Pedro Passos Coelho

O antigo primeiro-ministro usou palavras como "vergonha" e decência" para se referir à questão das eventuais sanções a Portugal.

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Pedro Passos Coelho participou na mini-cimeira do PPE de preparação do Cosnelho Europeu Daniel Rocha

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje esperar que os países da União Europeia (UE) estejam contra a aplicação de sanções a Portugal, por violação das metas orçamentais, porque não têm razão de ser. "Espero que os países estejam contra as sanções porque elas não têm razão para se verificarem, não é por uma questão de simpatia ou de solidariedade", afirmou o antigo primeiro-ministro, referindo que "Portugal não precisa de mendigar apoio". Para o dirigente social-democrata, não se deve mendigar para que "livrem Portugal de uma coisa que não merece".

"Se houver um bocadinho de vergonha e de decência, não se pode sancionar o país que mais esforços fez de consolidação orçamental estrutural em todos estes anos e dos que mais cumpriu, a seguir à Irlanda, aquilo que foram as metas estabelecidas", vincou.

À entrada para a habitual reunião de dirigentes do Partido Popular Europeu antes das cimeiras de chefes de Estado e do Governo da UE, em Bruxelas, Pedro Passos Coelho acrescentou esperar que "não haja outras intenções de natureza política que escondam decisões que não estejam assentes naquilo que são materialmente as condições que se verificam em Portugal".

A Comissão Europeia reiterou na segunda-feira que só no início de julho tomará uma decisão sobre eventuais sanções a Portugal e Espanha no âmbito do Procedimento por Défice Excessivo (PDE). "O Colégio de Comissários ainda não tomou uma decisão", disse um porta-voz da 'Comissão Juncker' à agência Lusa. "A Comissão sempre disse que irá voltar a este assunto no início de julho", reiterou.

O comentário surgiu depois de o diário francês Le Monde noticiar que Bruxelas se prepara para impor a Lisboa e a Madrid sanções que podem chegar aos 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) e uma suspensão temporária dos fundos estruturais europeus, por violação do Pacto de Estabilidade e de Crescimento.

Também António Costa comentou o assunto à entrada para o Conselho Europeu. "Se isso viesse a acontecer [a aplicação de sanções], seria um péssimo sinal", disse o primeiro-ministro, para quem "é ridículo" estar a discutir 0,2% da execução orçamental do anterior governo, com questões tão prementes na agenda europeia como a saída do Reino Unido, os refugiados e o terrorismo.

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