Portugal e Cabo Verde assinam acordos de cooperação

Cimeira permitiu assinar sete protocolos nas áreas económica e financeira, educação, energia, administração interna, ciência, investigação científica e saúde. Dois acordos foram celebrados nas areas da segurança social e defesa.

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Portugal disponibilizou, em 2009, duas linhas de crédito ligadas às áreas da habitação e infra-estruturas portuárias Miguel Madeira

Os primeiros-ministros de Portugal e de Cabo Verde salientaram este domingo, no Mindelo, a vontade em haver mais cooperação entre os dois países, centrando-a na vertente económico-empresarial e no apoio às empresas.

Pedro Passos Coelho e José Maria Neves falavam numa conferência de imprensa conjunta no Centro Cultural Português do Mindelo, na ilha cabo-verdiana de São Vicente, no final da II Cimeira Portugal/Cabo Verde, depois da realizada em 2010, em Lisboa.

As quase quatro horas de trabalhos levaram, depois, à assinatura de sete protocolos e dois acordos, além de uma declaração conjunta, esta última ainda por distribuir aos jornalistas, sem uma única referência ao montante envolvido.

Os únicos montantes referidos têm a ver com as duas linhas de crédito, de 200 milhões de euros cada, quase esgotadas, que Portugal disponibilizou a Cabo Verde em 2009, ligadas às áreas da habitação e infra-estruturas portuárias, e outras tantas, cada uma de 100 milhões de euros, para o investimento nas energias renováveis e estradas.

O Programa Indicativo de Cooperação (PIC) 2012/15, assinado em Agosto e que baixou de 70 para 56 milhões de euros em relação ao anterior, foi também assinalado por Passos e Neves como complementar às concretizações da cimeira deste domingo.

A cimeira permitiu assinar sete protocolos nas áreas económica e financeira, educação, energia, administração interna, ciência, investigação científica e saúde, enquanto os acordos foram dois - segurança social e defesa.

Tanto Passos Coelho como Neves realçaram a criação da Escola Portuguesa de Cabo Verde, uma velha aspiração da cada vez maior comunidade portuguesa residente no arquipélago, bem como a revitalização das relações económico-empresariais, tendo em conta que, em tempo de crise, devem aproveitar-se as oportunidades em novos mercados – África Ocidental, para Portugal, e Europa, para Cabo Verde.

“As relações atingiram um nível de grande cumplicidade, que vai permitir que Portugal invista em áreas que estão no centro da transformação de Cabo Verde: energias renováveis, construção civil, agronegócios, tecnologias da informação e comunicação, ambiente e ainda no domínio do mar”, sintetizou o primeiro-ministro cabo-verdiano.

Passos Coelho, por seu lado, destacou o “refinamento” das relações bilaterais, enfatizando que o contexto de crise internacional cria oportunidades de negócio para as empresas dos dois países, através das parcerias.

“Não podemos abrandar a cooperação e não podemos desleixarmo-nos no potencial que ainda existe”, reforçou o chefe do executivo português, garantindo que Portugal não deixará de apoiar Cabo Verde, apesar de a crise financeira estar a afectar, “a limitar”, os dois países.

Destaque também para o acordo na área da Defesa que, entre outras questões, vai permitir integrar militares cabo-verdianos em missões de paz em que Portugal se envolva.

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