Portas reitera necessidade de compromisso para “moderação fiscal”

Vice-primeiro-ministro evita dar o IRS como um dossier fechado.

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Portas será chamado a depor na comissão de inquérito do BES Nuno Ferreira Santos

O vice-primeiro-ministro Paulo Portas insiste na necessidade de um “compromisso” para a “moderação fiscal” no mesmo dia em que o primeiro-ministro disse ter muitas dúvidas de que haja margem para baixar o IRS em 2015.

“Esperam-me como aos meus colegas muitos dias de trabalho, sabem como eu que é importante procurar um compromisso no sentido da moderação fiscal”, disse Paulo Portas, mostrando “disponibilidade para trabalhar” ao mesmo tempo que remete a sua posição para o Conselho de Ministros. O vice-primeiro ministro falava, já na madrugada dest sábado, no final do Fórum Empresarial do Algarve, iniciativa que junta centenas de empresários, até domingo, em Vilamoura.

Ainda esta sexta-feira, o primeiro-ministro Passos Coelho dizia ter dúvidas de que haja margem para “essas coisas”, quando questionado sobre a possibilidade de descer o IRS em 2015. Tal como as declarações dos dirigentes centristas têm vindo a demonstrar nos últimos dias, Paulo Portas ainda não dá o dossier como fechado. E não mostra dúvidas, mostra disponibilidade para trabalhar no sentido de reduzir os impostos para as famílias.

“A moderação fiscal é importante para a economia e para a classe média e para dar um sentido de recompensa aos portugueses”, disse.

Reagindo à manchete do Expresso que noticia que o IRS põe em risco o futuro da coligação, Paulo Portas desdramatizou perante os jornalistas: “Muito gostam vocês de que a coligação esteja em causa”.

No seu discurso na abertura do Fórum Empresarial do Algarve, o vice-primeiro-ministro sublinhou as “melhoras” que a economia do país registou no último ano. E, no campo dos impostos, deu como um bom exemplo de uma medida eficaz o super crédito fiscal, que teve um “efeito chamada” para o investimento. No primeiro e no segundo trimestre de 2014, 18.500 empresas investiram mais de 2,5 mil milhões de euros em activos abrangidos pelo crédito fiscal, sublinhou, citando resultados já conhecidos.  

Falando para uma plateia de empresários, Portas recordou ainda os benefícios de se ter conseguido um acordo com o PS para baixar o IRC. Mas, na intervenção, evitou falar de IRS e da sobretaxa, que têm dominado a agenda mediática nos últimos dias. “Estejam descansados Não vou falar do que o professor Adriano Moreira chama a fadiga tributária”, disse, perante o ex-líder do CDS, que foi homenageado com o prémio Lifetime Achievement.

Portas insistiu numa linha de discurso que ensaiou na rentrée do CDS, há três semanas: “Portugal se fizer as coisas certas daqui a um ano estará melhor”. E adaptou ao mundo empresarial: “Se fizermos as coisas certas muitos de nós estarão aqui no próximo ano com um país com uma economia melhor do que está agora. E terá na confiança dos investidores, um dos factores essenciais no seu desenvolvimento”.

 

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