Portas pede contenção sobre aliança com PSD até Abril

Eleições regionais da Madeira condicionam timing da coligação PSD/CDS.

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Para Paulo Portas, privatização do capital da Ogma foi um sucesso Nuno Ferreira Santos

O líder do CDS-PP, Paulo Portas, deixou bem claro que não quer que a coligação pré-eleitoral com o PSD perturbe as eleições regionais na Madeira, marcadas para 29 Março, já que os dois partidos concorrem em separado naquela região autónoma. Por isso, Portas pediu contenção em nome da “solidariedade” para com o CDS/Madeira. Só em Abril o CDS volta a reunir os órgãos nacionais – comissão política e conselho nacional – para discutir o acordo de coligação com o PSD, apurou o PÚBLICO.

Na reunião da comissão política do CDS de segunda-feira à noite, Portas pediu aos dirigentes para conterem as suas opiniões em torno da coligação com o PSD com o argumento de que na Madeira os dois partidos concorrem em listas separadas e disputam eleitorado. Esse argumento também poderá explicar a contenção de Passos Coelho na entrevista do Expresso do passado sábado nas respostas que deu sobre a renovação da coligação.

No final da reunião da comissão política centrista coube ao ministro da Economia Pires de Lima, apresentado como “convidado” (já que não tem qualquer cargo partidário neste momento), dizer que “o partido está concentrado nas eleições de Março na Madeira”.

Pedro Pestana Bastos, conselheiro nacional do CDS e membro do movimento Alternativa e Responsabilidade, corrente interna de oposição à direcção de Portas, assume ser sensível ao argumento de adiar o assunto da renovação da coligação para depois das eleições regionais. “Estamos a disputar eleições na Madeira com o PSD, não faria sentido falar aqui de uma coligação nacional”, afirmou ao PÚBLICO. O movimento defendeu a realização de um referendo ou de um congresso para debater a aliança com o PSD, mas com este novo timing essas iniciativas deixam de fazer sentido. “Fazer um referendo em Maio é uma irresponsabilidade. As legislativas são em Outubro”, argumenta.

O conselheiro nacional Martim Borges de Freitas, antigo dirigente do CDS no tempo de José Ribeiro e Castro, exigiu a realização de um congresso extraordinário para o partido se poder pronunciar sobre a política de coligações para as legislativas, mas para já essa pretensão ficou pelo caminho.

Na reunião da comissão política de segunda-feira ficou assente que serão marcadas reuniões em Abril da Comissão Política e do Conselho Nacional – o órgão máximo entre congressos -  para discutir a coligação pré-eleitoral. De qualquer forma, a marcação de um congresso tem de ser feita pelos órgãos políticos do partido. O mesmo acontece com a realização de um referendo interno – instrumento já usado pelo partido – que é um processo mais rápido do que a organização de uma reunião magna do partido. 

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