Portas elogia CMIN, um hospital que Paulo Macedo criticou

Vice-primeiro-ministro anunciou, durante uma visita ao Centro Materno-Infantil do Nort,e que em finais de 2017 "todos os portugueses terão médico de família".

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Paulo Portas fez uma acção de campanha paralela à de Passos Coelho Miguel Manso

O líder do CDS e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, trouxe esta sexta-feira o tema da saúde para a agenda da campanha coligação Portugal à Frente e enalteceu a importância do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a “excelência” do Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN), uma obra que o ministro Paulo Macedo criticou por "falta de planeamento".

No Porto, no final de uma visita ao CMIN, sem Pedro Passos Coelho, o líder do CDS deixou a garantia de que todos os portugueses terão médico de família em finais de 2017. “Gostaríamos de ter terminado a distribuição dos médicos de família por todos, mas só o conseguiremos na próxima legislatura e o nosso compromisso é conseguir atribuir médico de família a um milhão de portugueses até final de 2017”, declarou, elogiando a excelência do serviço prestado por este hospital, que levou mais de duas décadas a sair do papel.

O vice-primeiro-ministro, acompanhado de outros dois governantes, José Pedro Aguiar-Branco (PSD) e Pedro Mota Soares (CDS), disse que foi este Governo que deu o “impulso que resolveu o impasse em que estava e que permitiu abri-lo. Houve outros Governos que o quiseram [fazer esta unidade de saúde], mas não puderam levar a obra ao concreto".

Questionado pelo PÚBLICO sobre as declarações de Paulo Portas, o ex-secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, refuta-as e garante que a “primeira pedra do CMIN foi lançada pelo anterior Governo do PS”. “A única coisa que esteve Governo fez em relação ao CMIN foi tentar sabotá-lo e em consequência atrasar a obra. Aliás, ele ainda não está pronto e devia ter sido acabado em finais de 2012”, afirmou o ex-governante, que foi quem tomou a decisão política de avançar com a obra, de fazer o contrato e de lançar a primeira pedra.

“Esta afirmação do doutor Paulo Portas é uma mentira irrevogável”, atira em tom de graça, lembrando que relativamente ao financiamento, “o essencial foi assegurado por fundo europeus e esses estavam aprovados desde 2009”.

Previsto desde 1991, e após um longo processo de avanços e recuos, o Centro Materno Infantil do Norte viu a primeira pedra ser lançada em 2011 por iniciativa do então secretário de Estado socialista. Manuel Pizarro antevia que ao novo hospital fosse inaugurado na sua totalidade em 2013. Foi precisamente nesse ano que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, criticou a "falta de planeamento" na construção do centro materno-infantil, declarações que foram mal recebidas.

Com apenas a primeira fase do projecto concluída, o hospital está integrado no Centro Hospitalar do Porto (CHP) e representa uma obra orçada em mais de 40 milhões de euros, com financiamento comunitário de 21,7 milhões de euros.

Este hospital é um dos sete que foram inaugurados por esteve Governo, conforme fez questão de afirmar esta sexta-feira o vice-primeiro-ministro. Os outros seis são os hospitais de Amarante, Lamego, Vila Franca de Xira, Loures (Beatriz Ângelo), Unidade Local de Saúde da Guarda e Centro de Reabilitação do Norte.

“O SNS é um património de todos e esta visita aqui ao CMIN é uma homenagem ao SNS o que aqui está vale cinco estrelas, é feito pelo o Estado”, declarou ainda Portas. 

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