Portas deixa aviso sobre campanha eleitoral de “casos”

Vice-primeiro-ministro abriu as jornadas parlamentares do PSD/CDS, que decorrem esta segunda e terça-feiras em Alcochete

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Paulo Portas com mais poderes no Governo de Passos Coelho NUNO FERREIRA SANTOS

Num encontro de deputados da maioria PSD/CDS, Paulo Portas desviou-se por momentos da sua agenda económica e da situação da Grécia para deixar um aviso para a campanha eleitoral que se avizinha.

“À medida que a oposição vai perceber que não ganha eleições, os nervos vão ser muitos e haverá a tentação de fazer uma campanha de casos e de ofensas. Devemos responder com elevação”, advertiu na abertura das jornadas parlamentares do PSD/CDS, a decorrer em Alcochete, Setúbal.

“Não devemos ripostar a uma campanha de incidentes e de casos”, sublinhou o vice-primeiro-ministro, depois de deixar outro aviso aos eleitores. “Podem desconfiar daqueles que prometem tudo. Levam o défice e conduzem ao resgate. O nosso plano é viável, o outro é uma ilusão”, afirmou, referindo que, “com gradualismo”, a maioria compromete-se a “recuperar o poder de compra dos portugueses”.

Com um discurso marcado pelo tom da prudência face ao PS (que nunca referiu directamente nesta fase da intervenção), Paulo Portas quis marcar a diferença: “Não andamos a dizer que vamos repor tudo a toda a gente porque isso nos levaria à situação de 2011”.

A referência para a troika e o anterior governo PS é a data de 2011 e nunca o ex-primeiro-ministro José Sócrates. Mas Luís Montenegro, líder da bancada do PSD, quase quebrava a regra ao fazer uma alusão à prisão do antigo chefe de Governo quando se referia à diferença face à anterior legislatura.

"Essa sim, começou com instabilidade; essa sim, começou com eleições legislativas antecipadas. E começou assim porque o anterior primeiro-ministro se demitiu e se manifestou ao país incapaz de continuar a governar - ele e o seu partido. Eu diria mais: ele e todos aqueles que lá estão hoje, menos ele, que não pode estar", afirmou.

Em jeito de balanço da legislatura, o líder da bancada do PSD assumiu que houve momentos em que “foi difícil dar a cara” pelas políticas do Governo. E de caminho quase comparou os sacrifícios feitos pelos portugueses com as dificuldades sentidas pelos deputados ao assumirem a austeridade.

“Foi uma legislatura difícil, complexa, muito exigente, onde todos no país tiveram de fazer sacrifícios e - sou mais rude na linguagem - tiveram de sofrer”, disse, dirigindo-se de seguida aos deputados que estavam sentados à sua frente. “Alturas houve em que deputados e dirigentes tiveram dúvidas, receios, e se questionaram se aquilo que estávamos a fazer tinha de ser feito. Acredito que aconteceu a todos nesta sala”, disse. 

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