Portas: “Censura que não censura confia”

Maioria insistiu ao longo do debate que a moção de censura dos Verdes resulta numa moção de confiança ao Governo.

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Paulo Portas não vê razões "para que o investimento fique no litoral" rui gaudêncio

Paulo Portas, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, quis transformar a previsível rejeição da moção de censura numa moção de confiança ao Governo. “Censura que não censura confia. O que sairá hoje é uma espécie de moção de confiança”, afirmou, na intervenção final do debate.

Assumindo que não se iria referir às negociações em curso com os partidos, Portas começou por lembrar que “a maioria superou as suas diferenças” e que apresentou uma solução ao Presidente da República que permite “proteger” os “sinais” para o país “ter mais economia”.

Considerando a proposta de uma moção de censura como “legítima”, Portas traduziu o significado do voto contra da maioria. “A legitimidade democrática deste Governo sai reforçada deste debate”, afirmou.

“O Parlamento tinha hoje duas possibilidades: Ou confirmar o Governo e favorecer condições políticas de estabilidade ou derrubar e abrir uma crise institucional. A opção parece clara: daqui sairá um sinal de estabilidade”, reiterou.

O líder do CDS condenou ainda as desvantagens de eleições antecipadas. “Abrir o dique para eleições antes da legislatura chegar a meio é evidentemente afastar a normalidade constitucional”, sustentou.

Sem fazer uma única referência ao PS em todo o discurso, o ministro que Passos Coelho reiterou hoje como proposto para vice-primeiro-ministro preferiu virar-se contra o autor da iniciativa.

“Com respeito, senhora deputada, já não há Conselho da Revolução, não há resultados oficiais aqui dentro e oficiosos lá fora”, disse, dirigindo-se a Heloísa Apolónia do PEV. “Sem compreender essa diferença não conseguem compreender o nosso sistema constitucional”, concluiu.
 
 

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