Portas afasta mal-estar na Câmara do Porto no final de reunião com Moreira

Vice-primeiro-ministro esteve esta segunda-feira reunido durante uma hora com presidente da Câmara do Porto, que se incompatibilizou com o único vereador que é militante do CDS no executivo portuense.

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Portas foi elogiado pelos seu homólogo alemão Paulo Soares/NFACTOS

Paulo Portas dá por encerrada a crise política na Câmara do Porto entre o independente Rui Moreira e o vereador Manuel Sampaio Pimentel, militante do CDS-PP, e garante que não há nenhum mal-estar no executivo.

Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião à porta fechada com Rui Moreira, o vice-primeiro-ministro e líder do CDS destacou o "carácter positivo" do encontro e afastou qualquer mal-estar entre Sampaio Pimentel e o presidente.

"Estou aqui enquanto vice-primeiro-ministro. Tendo esta reunião o carácter tão positivo que teve, não me parece que haja nenhum mal-estar" na Câmara do Porto, declarou Portas aos jornalistas, depois de questionado se tinha falado com Rui Moreira sobre o "incidente" com o vereador militante do CDS-PP e que é conotado com o ex-presidente da Câmara do Porto, Rui Rio.

A reunião com Rui Moreira durou aproximadamente uma hora e Portas não quis falar mais do incidente. O líder do CDS foi ao Porto falar com o independente Rui Moreira uma semana depois de surgirem notícias que apontavam para a retirada dos pelouros da Fiscalização e da Protecção Civil a Sampaio Pimentel.

No início da semana passada, a concelhia do CDS-Porto revelava que o vereador se mantinha com funções executivas na autarquia. Estranhamente, a câmara respondeu no dia seguinte. O presidente do executivo Moreira informava, por sue lado, que Sampaio Pimentel não era vereador do CDS-PP, mas sim vereador eleito na lista independente “Rui Moreira: Porto, o nosso partido”, e garantia que o incidente com o número dois na lista para o executivo estava sanado.

Em comunicado, Rui Moreira não fazia nenhuma alusão aos contactos que manteve com o CDS e assumia que a decisão de manter o vereador com as competências da Fiscalização e Protecção Civil tinha sido “exclusivamente sua”.

"Mostrar mais Porto a mais mundo"
Sobre a reunião propriamente dita, o vice-primeiro-ministro destacou o lado empresarial do autarca e disse que o que foi discutido no encontro foi a estratégia de internacionalização e promoção das exportações: "Há muitas empresas exportadoras que estão aqui - e também atracção de investimento”, referiu.

“Ele tem uma cabeça de empresário, o que é muito bom, porque é rápido a decidir; eu tenho uma abordagem pragmática. Nós precisamos de mais empresas, mais confiança e investimento, porque é isso que faz crescimento e gera oportunidade de emprego e temos direito a isso”, sublinhou. Portas frisou também que o presidente da câmara “está muitíssimo empenhado em mostrar mais Porto a mais mundo, porque isso evidentemente atrai investimento, criação de riqueza e criação de postos de trabalho”,

Questionado sobre indicadores que colocam a Europa em recessão e discursos que defendem políticas expansionistas de investimento público, Portas não quis alimentar a discussão, mas contrapôs: “Portugal cresceu no segundo trimestre 0,6%, foi ao lado de Espanha um dos países da zona euro que cresceu mais”. E salientou que as “exportações portuguesas continuam a crescer sobre o ano passado”.

“O país precisa de atrair mais investimento para conseguir gerar mais emprego e mais coesão”, defendeu o governante.

Antes, Rui Moreira revelara que o encontro serviu para discutir um conjunto de “dossiês importantes” no âmbito da internacionalização e atracção de investimento. "Discutimos as questões da competitividade, hoje as cidades concorrem entre si num aspecto fundamental que é a atracção desse investimento e a criação de condições de competitividade e, para isso, é necessária a colaboração entre o Governo central e as cidades", referiu Moreira.

O autarca deu ainda nota a Paulo Portas das suas preocupações quanto ao Metro do Porto, Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, porto de Leixões e "de transporte aéreo". "Gostaríamos de ir um pouco mais longe, fazer com que Portugal esteja cada vez mais com uma porta aberta para o mundo em destinos que não são os tradicionais”, defendeu o presidente

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