Portas acusa PS de ser mais radical do que os homólogos europeus sobre a Grécia

Vice-primeiro-ministro abriu jornadas parlamentares do PSD/CDS em Alcochete

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Portas hoje no Parlamento

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, teceu várias críticas à posição assumida pelo líder do PS sobre a Grécia. António Costa foi mais radical que os seus homólogos europeus e teria deitado a perder os esforços dos portugueses se tivesse prestado “solidariedade ideológica” ao Syriza, apontou o governante, na abertura das jornadas parlamentares do PSD/CDS, em Alcochete, Setúbal.

No final de um discurso longo sobre a situação económica portuguesa, Portas afirmou que os socialistas ao se posicionarem contra a posição da Alemanha ou do BCE só se podem queixar dos seus homólogos europeus. “É ou não um socialista que preside ao eurogrupo? (…) É ou não um socialistas – português – que preside ao Banco Central Europeu?”, questionou o líder do CDS, considerando que governantes como o vice-chanceler alemão, Sigmar Gabriel, “foram muito mais críticos” do que os dirigentes políticos português. “Se o PS quer outra política relativamente à Grécia deve queixar-se dos seus homólogos socialistas”, afirmou Portas, ao mesmo tempo que tentou retirar carga ideológica à questão grega – “os termos do debate não são entre direita e esquerda”.

Depois, o vice-primeiro-ministro citou declarações de António Costa sobre a Grécia ao longo dos últimos seis meses, que começavam por imprimir um sinal de força com a vitória do Syriza e terminavam com um distanciamento. Com o cuidado de referir as aspas, Portas citou a frase de António Costa “Abre aspas: Portugal não está como a Grécia por causa do PS. Fecha aspas”. Ouviram-se gargalhadas na sala. E comentou: “Como, perdão? Quem é que trouxe a troika se não o PS, quem é que negociou com a troika, quem colocou Portugal no sindicato de credores?”. Para Portas, o PS devia ter feito uma revisão crítica histórica. “O PS podia ter dito mas não foi capaz de dizer: Nós sabemos a responsabilidade que temos no que aconteceu em 2011, nós aprendemos com os erros, e não voltaremos ao que nos conduziu ao resgate”.

Depois de voltar a sublinhar a diferença entre Portugal e a Grécia – o que é recorrente no discurso da coligação há vários meses – o vice-primeiro-ministro acusou o PS de ter uma “atitude deliberadamente condescendente” sobre a Grécia. E disse mesmo que o líder do PS teria prejudicado o país se se tivesse  aproximado do Syriza quando este partido de esquerda venceu as legislativas da Grécia, no passado mês de Janeiro. "[Se António Costa] fosse primeiro-ministro, mal o Syriza ganhou tinha corrido a fazer solidariedade ideológica e de caminho aproximava Portugal do problema, não separava o caso português dessa instabilidade, e deitava fora os esforços dos portugueses e da capacidade de os portugueses recuperarem os seus rendimentos", afirmou. 

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