PCP, BE e PEV pediram eleições a Cavaco

Audiências-relâmpago com Cavaco Silva sobre a crise política. Presidente recebe também o governador do Banco de Portugal e, na terça e quarta-feira, os parceiros sociais.

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O candidato da direita a Belém ainda está longe de estar decidido

PCP, BE e PEV defenderam nesta segunda-feira que a única saída para a crise política é devolver a palavra aos portugueses com a realização de eleições legislativas antecipadas. Foi isso que as delegações dos dois partidos foram dizer ao Presidente da República, nas audiências que decorrem esta tarde a pedido de Cavaco Silva. Nesta terça-feira, Cavaco recebe PS, PSD, CDS e parceiros sociais.

Perante a crise interna no Governo e o balanço dos últimos dois anos, o único caminho a seguir será a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas.  A posição do PEV foi assumida pelo deputado José Luís Ferreira, após uma audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, em que esteve acompanhado pelos dirigentes Manuela Cunha e Francisco Madeira Lopes e que durou menos de 20 minutos.

Questionado pelos jornalistas sobre se Cavaco Silva manifestou alguma posição, o deputado ecologista respondeu que o chefe de Estado se “limitou a ouvir a perspectiva e a leitura que os Verdes fazem da situação e transmitiu que até ao momento ainda não tomou nenhuma decisão.

Face ao quadro traçado, marcado por esta crise interna no Governo a que todos assistimos nesta última semana, mas também pelo balanço que fazemos de dois anos deste Governo, Os Verdes consideram, e foi isso que transmitiram ao senhor Presidente da República, que o único caminho a seguir será a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas devolvendo a palavra aos portugueses, afirmou.

O deputado do PEV sustentou que o Presidente deve fazer uso das suas faculdades, dos seus poderes, das competências que a Constituição lhe atribui, no sentido de devolver a palavra aos portugueses.

Depois do PEV, Cavaco recebeu uma delegação do BE, num encontro que durou menos de meia hora. O coordenador do partido, João Semedo, insistiu igualmente na necessidade de se realizarem eleições e levou mesmo uma data a Cavaco Silva: 15 de Setembro, duas semanas antes das eleições autárquicas.

Semedo argumentou que a solução encontrada pelos dois parceiros de coligação não responde às necessidades do país. Um acordo com pés de barro, disse o líder do Bloco, que justificou que um Governo que anuncia na sua composição a inclusão de ministros que dizem hoje uma coisa e fazem outra diferente amanhã é um Governo que perdeu fatalmente credibilidade, reconhecimento, autoridade junto dos portugueses.

O líder do Bloco repetiu ainda que o partido está pronto e preparado para integrar um governo de esquerda, que tenha no seu programa a renegociação da dívida e uma política que liberte o país dos credores, da dívida, do memorando e da troika.

Já Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, não adiantou a Cavaco Silva data preferida dos comunistas para a realização de eleições, mas insistiu junto do Presidente da República na necessidade de dar voz ao povo face a um Governo enfraquecido e derrotado.

O líder comunista reforçou a sua posição junto do Presidente com a defesa da tese de que ninguém entenderá, por mais exercícios e malabarismos que sejam feitos, que o Presidente não dissolva a Assembleia da República e, assim, opte por não convocar eleições. Jerónimo considerou ainda que se Cavaco Silva tomar a decisão de aceitar a proposta do primeiro-ministro, ficará comprometido com o Governo. A solução encontrada por Passos e Portas, disse, é um remendo que nem sequer é novo, é pano velho.

Nesta terça-feira, Cavaco começa a receber os parceiros sociais – CIP, CCP, CTP e CAP –, terminando apenas a ronda na quarta-feira ao final da manhã com os líderes da CGTP e da UGT.
 

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