Perfil de Miguel Albuquerque: a mudança

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Albuquerque foi o primeiro, desde 1976, a confrontar-se com Jardim no PSD-Madeira DR

Promete abrir um novo ciclo político na Madeira. Tem 53 anos e foi o candidato à liderança do PSD mais votado, com 47,71% dos votos expressos. Bastar-lhe-ia ter captado 175 votos às restantes candidaturas para atingir o objectivo que tentou em 2012: afastar Alberto João Jardim da chefia do partido e, consequentemente, da região.

Advogado com escritório aberto de 1986 a 1993, especializado em Direito Criminal e Direito de Família, Miguel Albuquerque foi o primeiro social-democrata madeirense a ter a ousadia de confrontar-se com Jardim desde 1976, conseguindo uma surpreendente votação de 49% contra 51% do carismático chefe, nas directas realizadas a 2 de Novembro de 2012, dia de finados. Desde que abandonou a presidência da câmara do Funchal (1994/2013), devido à limitação de mandatos, definiu como projecto político libertar o partido “de um conjunto de atitudes e arrogâncias que nos últimos anos levaram a um desgaste acelerado junto do eleitorado tradicional.

O PSD de Jardim, lembra Albuquerque, perdeu em toda a região 43 mil votos em seis anos. Entre as eleições regionais antecipadas de 2007 e as autárquicas de 2013, a votação dos sociais-democratas caiu para quase metade, ao passar dos 90 mil para 47 mil votos. Face às últimas autárquicas, perdeu cerca de 25 mil votos.

Para inverter a tendência, propõe uma “liderança capaz de reconquistar a confiança e credibilidade” junto dos cerca 250 mil eleitores e “apta a vencer de forma concludente” as eleições legislativas regionais do próximo ano. Bem aceite nos meios culturais e por ter ganho o seu próprio espaço político - penetrando no eleitorado da esquerda e da direita, sobretudo na capital madeirense onde residem quase metade dos recenseados -, é o candidato do PSD mais temido pela oposição na corrida à cadeira de Jardim na Quinta Vigia.

“Os madeirenses exigem que o PSD mude de protagonistas e de políticas”, defende Albuquerque, ferozmente atacado por Jardim que, sem perdão pela afronta de 2012, acusou-o, na campanha eleitoral interna, de ligação à maçonaria, aos interesses da “Madeira velha” e aos “aliados de Lisboa que atraiçoam o povo madeirense”.

Militante honorário da JSD regional que liderou quando a “jota” nacional era presidida pelo seu amigo e primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o ex-autarca funchalense e antigo deputado do parlamento madeirense (1988/96) integrou o conselho nacional do partido, foi vice-presidente da comissão política regional, membro constituinte da Fundação Social Democrata e presidente do conselho de jurisdição do partido, cargo que abandonou no congresso de 2011, passando então a militante de base.

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