Pedro Silva Pereira e Jamila Madeira prováveis na lista do PS às europeias

Francisco Assis, que disputou a liderança do PS com António José Seguro, regressa agora a Bruxelas pela mão do secretário-geral socialista. Zorrinho pode ser o segundo e Jamila Madeira a primeira mulher da lista.

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Silva Pereira é deputado na Assembleia da República

Pedro Silva Pereira, ex-ministro da Presidência de José Sócrates, pode vir a integrar a lista do PS ao Parlamento Europeu (PE), que será anunciada antes do final do mês.

Silva Pereira foi um dos deputados que esteve presente quarta-feira à noite, no Porto, na sessão de apresentação oficial da candidatura do cabeça de lista do PS às europeias de 25 de Maio.

O deputado Carlos Zorrinho, que antecedeu Alberto Martins na liderança da bancada parlamentar do PS, deverá surgir em segundo lugar e Jamila Madeira pode ser a primeira mulher da lista, ocupando a terceira posição, apurou o PÚBLICO.

Maria João Rodrigues, ex-ministra e actual conselheira europeia é apontada para ocupar o sexto lugar na lista e João Proença, que liderou até há pouco tempo a UGT, pode ocupar um lugar elegível na lista. Ex-ministra de José Sócrates, Maria João Rodrigues há muito que trabalha com Seguro e João Proença é actualmente secretário nacional do PS.

Fontes socialistas asseguram que o deputado José Junqueiro, próximo do secretário-geral, pode também vir a constar da lista socialista às eleições europeias, que são encaradas por alguns sectores do partido - como vincaram publicamente Carlos César e António Costa - como um teste à liderança de Seguro.

Internamente, as pressões para integrar a lista são muitas e de várias origens. José Luís Carneiro, presidente da distrital do PS-Porto, gostava de ver na lista o ex-eurodeputado Manuel dos Santos e estará fazer alguma pressão junto do próprio secretário-geral para que isso aconteça.

Sucede que uma eventual entrada de Manuel dos Santos poderá implicar a saída de Elisa Ferreira, indicada pelo Porto. Seguro tem uma boa relação com a eurodeputada do Porto e, à partida, a sua continuidade em Bruxelas não estaria em perigo. O PÚBLICO tentou ontem contactar, sem sucesso, o líder da distrital socialista do Porto, que se encontra no estrangeiro.

Existe muita expectativa em relação à lista que António José Seguro vai apresentar,  uma vez que não vai haver lugar para todos. Mas o líder socialista tem gerido este dossier com grande sigilo, mesmo internamente, não deixando sequer saber se manterá alguns dos actuais eurodeputados ou se apostará em personalidades do aparelho partidário.

Discursos em clima de campanha
Com as eleições à porta, Seguro não desperdiça nenhuma oportunidade para atacar a maioria de direita que apoia o Governo e foi o que aconteceu anteontem à noite na Alfândega do Porto. O secretário-geral do PS acusou a coligação PSD/CDS de recorrer à “táctica de Salazar”, quando o acusam de prejudicar Portugal por criticar, no estrangeiro, a política do Governo português.

No discurso que proferiu no Porto, na sessão de apresentação oficial de Francisco Assis como cabeça de lista do PS nas eleições ao PE, Seguro respondeu aos ataques de que, horas antes, tinha sido alvo no Parlamento e na apresentação do programa eleitoral dos candidatos da coligação PSD/CDS às europeias. Tanto Paulo Rangel como Nuno Melo acusaram Seguro de ter prejudicado os interesses de Portugal na conferência que, na véspera, fez na London School of Economics sobre uma estratégia “alternativa” para a economia portuguesa após o fim do programa de assistência.

“Só me lembro dos meus pais e amigos dos meus e mais tarde de eu próprio ler: era a táctica de Salazar; era a teoria dos maus compatriotas”, comparou os secretário-geral.

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