PCP exclui PS de "contactos, reuniões e encontros" para discutir a situação política

Jaime Toga, membro da comissão política do PCP, diz que o partido não será “instrumento ou cúmplice” da continuação da “política de direita” .

O PCP vai promover um “conjunto de contactos, reuniões e encontros com personalidades empenhadas na afirmação de um Portugal desenvolvido e soberano”, comunicou esta segunda-feira Jaime Toga, membro da comissão política do comité central do PCP.

Em conferência de imprensa na sede do partido, Jaime Toga informou que o PCP “endereça convites para a realização a curto prazo de encontros com organizações sociais, com o PEV, o Bloco de Esquerda e a Intervenção Democrática”.

Questionado pelos jornalistas sobre a inclusão do PS nos contactos e reuniões a promover, o membro da comissão política comunista afirmou que “a direcção do PS fez a opção de renovar o compromisso com o pacto de agressão”, ao ter iniciado este fim-de-semana as conversações com vista ao acordo tripartido para o “compromisso de salvação nacional” exigido pelo Presidente da República, Cavaco Silva, na passada quarta-feira.

“Cabem todos aqueles que estão identificados com os objectivos de demissão da Assembleia da República e convocação de eleições antecipadas”, frisou Jaime Toga. Objectivos com os quais, acrescentou, “o PS não está identificado”.

O membro da comissão política comunista assegurou também que o PCP não será “instrumento ou cúmplice” da continuação da “política de direita”.

Sobre o Presidente da República, Jaime Toga declarou que este assume “a responsabilidade de todas e de cada uma das consequências” ao não demitir o Governo nem convocar eleições. A “exclusão de forças políticas” é, para o comunista, “reveladora de concepções antidemocráticas”. Quanto ao “compromisso” por Cavaco exigido, “não é de salvação nacional, mas sim de prosseguimento da destruição nacional”.

Jaime Toga reafirmou ainda o apoio à moção de censura ao Governo apresentada pelo Partido Ecologista “Os Verdes” e apelou à adesão à acção de luta convocada para o dia 24 de Julho, junto à Assembleia da República. “Quem está a mais é o Governo”, que está “obcecadamente agarrado ao poder”, mas que é “parte do passado”, afirmou.
 
 

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