PCP questiona equidade entre alunos e responsabiliza Governo

Comunistas criticam “teimosia e intransigência” do Governo na gestão da greve convocada pelos professores.

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Enric Vives-Rubio

O PCP responsabilizou esta segunda-feira o Governo pelos alunos que não realizaram os exames nacionais de Português e Latim e questionou a "equidade" entre os que realizaram as provas de hoje de Português e Latim e os que só as realizarão no dia 2 de Julho.

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, o dirigente comunista Jorge Pires falou em 90% de adesão à greve por parte dos professores, lamentou a “insensibilidade e total incapacidade” do Governo na negociação com os sindicatos de professores e alertou para uma luta que é contra a política de direita e a degradação da escola pública.

“Só foi possível ao Ministério da Educação pôr a funcionar, sem condições, muitas salas de exame, através da adopção de um conjunto de ilegalidades, irregularidades e arbitrariedades”, avaliou Jorge Pires sobre a realização dos exames. E questionou a "equidade" entre os alunos do 12º ano que realizaram a prova hoje e os que só a farão no dia 2 de Julho, conforme já foi avançado pelo ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato. 

"Por mais argumentos que avance, o ministro da Educação não pode garantir a equidade entre os 75 mil estudantes que deveriam ter feito o exame, quando muitos milhares não o realizaram, estando agora a ser convocados para o próximo dia 2 de Julho", disse. 

Depois desta greve no primeiro dia de exames nacionais, o PCP propõe uma “negociação” entre Governo e sindicatos de professores que faça cair a possibilidade de despedimento de docentes.

Jorge Pires disse que os comunistas saúdam a luta dos professores pela escola pública e pelos direitos laborais dos docentes. “O Governo que se diz preocupado com as consequências da luta para os estudantes e as suas famílias é o mesmo que ao longo dos últimos dois anos não tem feito outra coisa que não seja avançar com medidas que prejudicam significativamente as condições de trabalho nas escolas e degradam a qualidade do ensino”, concluiu o membro da comissão política do PCP. 

 

 

 
 

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