PCP quer explicação urgente do ministro do Ambiente sobre demolições na Ria Formosa

João Matos Fernandes garantiu no Parlamento que não havia decisão sobre demolições ao mesmo tempo que a sociedade Polis notificava os proprietários.

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Ministro do Ambiente tinha prometido novidades para daqui a duas semanas Nelson Garrido

Na terça-feira, enquanto na Assembleia da República o ministro do Ambiente dizia que os processos de demolição de casas na Ria Formosa estavam a ser avaliados e que só teria informações daí a duas semanas, no Algarve a Sociedade Polis notificava os proprietários de que vai tomar posse dos imóveis e demoli-los. O PCP quer agora explicações do governante para esta incongruência e exige-as com a “máxima urgência”.

Os comunistas entregaram o pedido para ouvir João Matos Fernandes “com carácter de máxima urgência possível” e o deputado Paulo Sá disse aos jornalistas ser preciso “esclarecer a situação, nomeadamente saber como é possível o ministro dizer uma coisa na Assembleia da República e, no mesmo dia, no Algarve, estar a acontecer o contrário”.

Na comissão de Ambiente, questionado pelo PCP, o governante disse que “os processos estão a ser analisados casos a caso”, que “não tinha uma resposta acabada para dar e que não passarão 15 dias até que a tenha”, ou seja, que “estava tudo por decidir”, conta o deputado Paulo Sá.

Porém, agora chegaram aos mãos do PCP notificações feitas precisamente nesta terça-feira em que a administração da sociedade Polis Litoral Ria Formosa avisa os proprietários que decidiu “preceder à execução coerciva da demolição” das construções, que estes as devem desocupar até dia 26 de Outubro, e que tomará posse administrativa dos imóveis no dia seguinte. Especifica-se que a demolição será feita pela Polis “sem custos para o interessado, incluindo a remoção de todo o entulho”, e que as casas devem ser deixadas vazias.

A discussão e votação do requerimento do PCP só serão feitas na próxima terça-feira, dia 4.

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