PCP fala em Governo “apadrinhado”, Bloco aponta para ministro "sentado na podridão do BPN"

Líder do BE diz que o novo ministro dos Negócios Estrangeiros "esteve anos a fio sentado em cima da podridão do caso BPN", um episódio que o "PSD quer esquecer".

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Jerónimo de Sousa Rui Gaudêncio/Arquivo

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou nesta terça-feira que o Governo apresenta uma moção de confiança ao Parlamento porque está em “cacos”, “apadrinhado e apaparicado” pelo Presidente da República.

O líder comunista disse que durante as semanas de crise política, que antecederam a remodelação do Executivo, “valeu tudo para levar o pacto de agressão até ao fim”. Mas “uma figueira brava nunca dá bons frutos, nem enxertada dá bons frutos”, acredita Jerónimo.

Numa intervenção dura, que o próprio primeiro-ministro considerou recheada de “palavras fortes”, o secretário-geral do PCP falou em “espíritos de servos” no Governo e no recurso a “chantagens e medos” sobre os portugueses. Jerónimo insistiu que um novo ciclo económico só é possível depois da renegociação da dívida.

Na resposta, o primeiro-ministro quis descrever uma maioria parlamentar coesa, que tem conseguido ultrapassar divergências. “Temos conseguido ultrapassar divergências de opiniões porque estamos convencidos que o país não nos perdoaria se falharmos neste objectivo essencial”, que é fechar o programa de assistência económico-financeira nos próximos dez meses.

De seguida, o coordenador do Bloco, João Semedo, ancorou a moção de confiança ao Governo em “duas particularidades”: “É para a fotografia” e “é apresentada a pedido do Presidente da República”.

Semedo apontou baterias à ministra das Finanças, que, “a cada verdade que se conhece no caso dos swaps, recua para uma nova mentira” e ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, que "esteve anos a fio sentado na podridão do caso BPN/SLN”, “um caso que o PSD quer esquecer”.

O líder bloquista também não deixou de referir a “dissimulação política” do vice-primeiro-ministro Paulo Portas. Na resposta, Passos Coelho disse que o deputado do BE, a quem “tanto entusiasmam as dissimulações”, devia estar mais focado na apresentação de propostas de políticas públicas que o país tem de prosseguir.
 
 

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