PCP e BE querem mais esclarecimentos de Passos sobre Segurança Social

Bloco ainda não obteve documentação pedida ao primeiro-ministro.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, exigiu ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que mostre o seu registo de contribuições para a Segurança Social e fiscal antes do debate quinzenal de quarta-feira na Assembleia da República.

Ao discursar num almoço comício do Bloco de Esquerda (BE) em Pechão, no concelho de Olhão, distrito de Faro, Catarina Martins defendeu que Passos Coelho não tem condições para exercer o cargo de primeiro-ministro, caso não esclareça as dúvidas que o partido tem sobre as contribuições que devia ter pago à Segurança Social entre 1999 e 2004.

Catarina Martins considerou que este assunto é “sério”, disse estar “em causa o regime e a democracia” e defendeu que “Pedro Passos Coelho tem que responder”, porque este é um assunto que “já se arrasta há tempo demais” e “há tempo demais que o primeiro-ministro dá explicações que nada explicam e que só contribuem para insultar o país”.

“E portanto é bom que o senhor primeiro-ministro o faça e o faça antes de quarta-feira, quando há debate quinzenal na Assembleia da República. Porque não pode um primeiro-ministro que está sob suspeita de não respeitar as mais básicas obrigações como cidadão, estar a responder ao parlamento enquanto primeiro-ministro, sem ter explicado exactamente tudo o que fez e tudo o que pagou”, afirmou a dirigente do Bloco.

Ao contrário do PS e do PCP que dirigiram perguntas por escrito ao primeiro-ministro, o BE optou por pedir “toda a documentação” relativa à sua relação com a Segurança Social. Só os socialistas e comunistas receberam respostas do primeiro-ministro, mas a bancada do PCP não ficou satisfeita e insistiu. Logo na madrugada de sexta-feira, os deputados enviaram um novo conjunto de sete perguntas. Uma das quais é a de pretender saber se foi prestada alguma informação pela Segurança Social relativamente ao facto da dívida se reportar apenas ao período entre 2002 e 2004.

O PCP pretende também saber se, dado que Passos Coelho “nunca fez descontos enquanto trabalhador independente, incluindo o período de 2000 a 2004 em que a isso estava obrigado, alguma vez questionou a adequação do montante em dívida ao montante de todos os descontos que deveria ter efectuado e nunca efectuou”. A bancada comunista pediu ainda a data precisa em que foi feito o pagamento da dívida à Segurança Social, já que só o mês – Fevereiro deste ano – foi revelado.

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