PCP desvaloriza impacto das greves nos portos na queda das exportações

O deputado comunista João Lourenço desvalorizou hoje o impacto das greves dos trabalhadores portuários na queda de 6,5% nas exportações nacionais em Setembro, considerando que as vendas para países intercomunitários também caíram naquele mês.

As exportações diminuíram 6,5% em Setembro, a primeira quebra desde o início do ano, devido à retracção do comércio intracomunitário e à paralisação dos portos nacionais provocada pela greve dos estivadores [que começou naquele mês], segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística).

O comunista afirma ainda que “mesmo que se possa considerar que as exportações em agosto e Setembro são afectadas pelo comércio extracomunitário, mesmo nesse caso os dados em Setembro caem”.

“Não podemos esquecer que o comércio para os países extracomunitários representa 20 e pouco por cento da nossa exportação e que 80 por cento desse comércio é feito por mar. O que aconteceu em Setembro é que o comércio para os países comunitários caiu quase nove por cento e esse não é feito por portos”, afirmou, acrescentando: “Mesmo que se desconte o possível impacto que as greves possam ter tido nas exportações elas continuam a cair em Setembro”.

Para João Lourenço estes dados do INE “vêm confirmar uma queda continuada nas exportações em 2012”, o que, considerou, representa uma “situação preocupante”, dado que este “é o único motor da economia que funcionava” e que “começa a mostrar querer parar”.

Ainda segundo os dados do INE, para a variação homóloga negativa registada em Setembro contribuiu essencialmente a diminuição de 8,3% nas expedições para o espaço comunitário, sobretudo das componentes Automóveis de Passageiros, Partes e Acessórios e Máquinas e Aparelhos.

Em termos mensais, as exportações intracomunitárias aumentaram 19,6% face a agosto, impulsionadas pela rubrica Veículos e outro material de transporte.

As exportações para fora da Europa desceram 1,5% em Setembro, em termos homólogos, e 17% relativamente ao mês anterior, uma quebra que o Instituto Nacional de Estatística atribui à “paralisação de alguns portos nacionais”, já que se 80% destas expedições são feitas por via marítima.

As saídas de bens por esta via caíram 18% em Setembro face a agosto, acrescenta o INE.

Desde 17 de Setembro que os trabalhadores portuários iniciaram uma onda de greves, depois de o Governo ter aprovado a 13 de Setembro uma proposta de lei relativa ao regime do trabalho portuário, uma semana depois de ter chegado a acordo com alguns sindicatos, afectos à UGT, e operadores portuários, com o objectivo de aumentar a competitividade dos portos nacionais.

Os estivadores apresentaram um novo pré-aviso de greve que estenderá as paralisações nos portos portugueses até dia 27 de Novembro.


 

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