Paulo Portas na Bolsa de Nova Iorque para “vender, vender, vender”

O governante quer ainda “captar, captar, captar, investimento”.

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Portas lembrou que hoje em dia cerca de 2500 empresas portuguesas exportam para os Estados Unidos NUNO FERREIRA SANTOS

O vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, iniciou nesta segunda-feira na Bolsa de Nova Iorque uma viagem aos Estados Unidos com o objectivo de captar investimento estrangeiro e estimular as exportações.

"Esta visita podia resumir-se em duas palavras: vender, vender, vender, exportações portuguesas, marcas portuguesas, produtos portugueses; captar, captar, captar, investimento, porque esta é a altura de olhar para Portugal a sério", disse Paulo Portas em declarações à Lusa.

Durante a visita, Paulo Portas reuniu-se com representantes da bolsa nova-iorquina, incluindo o seu presidente, Tom Farley.

Durante as conversas, o responsável lembrou os valores do crescimento económico, das exportações, os números "extraordinários" do turismo e "os melhores índices de confiança de consumidores desde 2002 e de empresas desde 2008".

"Há uma explicação que é preciso dar todos os dias sobre a situação económica em Portugal", disse o responsável à Lusa.

Paulo Portas participa ainda nesta segunda-feira na IV Reunião das Câmaras Portuguesas no Estrangeiro. "[Estas instituições] ajudam a promover as nossas marcas, os nossos produtos. Há uns anos [as exportações] eram 28% do PIB [Produto Interno Bruto], agora são 41% e vão continuar a subir", afirmou Paulo Portas.

O vice-primeiro-ministro sublinhou ainda que cerca de 2500 empresas portuguesas exportam actualmente para os Estados Unidos.

"Os EUA eram o nosso sexto mercado e neste momento são o quinto. Nos últimos quatro anos, [as exportações] passaram de 1100 milhões de euros para 2100 [milhões]. Praticamente duplicaram", disse, garantindo que estes valores podem continuar a crescer.

Reuniões com fundos de investimento
O vice-primeiro-ministro português iniciou nesta segunda-feira, em Nova Iorque, uma série de quatro reuniões com fundos de investimento, que gerem cerca de 6 mil milhões de dólares, onde o pagamento antecipado da dívida do FMI foi realçado.

"Faz toda a diferença, um país que há quatro anos foi, de mão estendida, em desespero, pedir dinheiro aos credores, e esse mesmo país, depois de um esforço notável da nossa sociedade, ir de cabeça erguida ao credor e dizer: vou pagar porque vou poupar em juros, os que pago no mercado são mais baixos do que aqueles que pago ao FMI", disse Paulo Portas à Lusa.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou a semana passada que o governo decidira submeter aos parceiros europeus um novo pedido de amortização antecipada de toda a dívida ao FMI (14 mil milhões de euros).

Questionado sobre um calendário para este pagamento, Paulo Portas disse que "será feito, como a ministra das Finanças disse, até ao final do programa de estabilidade."

Sobre as quatro reuniões individuais com investidores que vai ter durante esta sua deslocação a Nova Iorque, o responsável disse que estas instituições "têm muitos fundos para investir e estão crescentemente interessados em Portugal."

Questionado sobre se a proposta legislativa de criar uma comissão para validar a cobertura jornalística das campanhas eleitorais, que teve destaque na imprensa norte-americana, seria um problema nesta acção de promoção do país, Paulo Portas disse que "esse assunto, graças a Deus, é do passado."

"Aquilo que acho relevante é que a percepção externa sobre Portugal mudou muito nos últimos anos. A minha obrigação é defender a imagem de Portugal cá fora. Uso argumentos que são incontroversos do ponto de vista dos factos", sublinhou.

Além dos quatro encontros individuais com os investidores institucionais, o vice-primeiro-ministro tem, na manhã de terça-feira, um pequeno-almoço com dezenas de outros investidores.

O encontro, organizado pela Embaixada de Portugal e pela AICEP -- Agência para o Comércio Externo de Portugal, tem como tema O regresso de Portugal ao Crescimento Económico.

Paulo Portas acredita que o trabalho feito nos últimos quatro anos no país permite outra confiança no contacto com estas entidades.

"Portugal era visto de soslaio, por causa da situação financeira. Hoje é visto como uma agradável surpresa do ponto de vista de estabilidade e competitividade para investir", concluiu.

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