Paulo Morais entrega oito mil assinaturas "para uma campanha de ideias"

Candidato presidencial foi o primeiro a entregar assinaturas no Tribunal Constitucional e estima gastar até um máximo de 200 mil euros na campanha.

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Paulo Morais tem olhado com "perplexidade" para o cenário político que se vive em Portugal Paulo Pimenta

A candidatura de Paulo Morais à Presidência da República entregou esta terça-feira no Tribunal Constitucional (TC) cerca de oito mil assinaturas, sendo, deste modo, a primeira a cumprir aquela formalidade. “Escolhi o 1º de Dezembro por ser o dia da Restauração da Independência”, disse ao PÚBLICO o candidato. Quanto ao teor da campanha, assegura que vai ser “de apresentação de ideias”.

“Está em causa a independência do Estado face aos grupos económicos, está em causa a independência do país face aos interesses estrangeiros, nomeadamente angolanos, chineses e outros, está em causa a independência de cada cidadão face às amarras que lhe têm sido impostas nos últimos anos”, prossegue Paulo Morais. “A entrega das assinaturas neste dia [1º de Dezembro, dia da Restauração da Independência] tem, portanto, um carácter simbólico”, refere.

Paulo Morais afirma, ainda, ter feito questão de ser o primeiro candidato a apresentar as assinaturas ao TC. “Foi em Abril que apresentei ao país a minha candidatura e comecei logo, apenas com voluntários e sem megamáquina, a recolher assinaturas”, recorda. “De Maio a princípios de Outubro, 170 voluntários andaram a recolher assinaturas pelo país, nas ruas, nas famílias, em permanência em Lisboa e no Porto, e acompanhei-os algumas vezes, depois foi a tramitação burocrática”, afirma.

Entre 170 mil a 200 mil euros é o orçamento que o candidato estima para a campanha. “Os 200 mil euros é um tecto auto-imposto, quem quiser pode participar, este é um financiamento participativo, até ao máximo de 100 euros, ninguém poderá dizer que doou dez mil ou 15 mil euros ao Morais”, anuncia.

Assim, está desenhada uma campanha sem outdoors, sem bandeiras, caravanas ou jantares. “Vai ser uma campanha de ideias, de contacto com as pessoas, de tertúlias e debates ao longo do país, por isso é barata”, sublinha. “Não vou andar com cinco carrinhas atrás de mim, o modelo é a máxima sobriedade”, garante.

“Até agora, do meu bolso, já meti mil euros, admito meter até os 25 mil euros impostos pela lei como o máximo donativo pessoal”, diz. Sobre a entrada em funções do novo Governo de António Costa, o candidato é claro. “Foi muito tardia, o que o Presidente Cavaco Silva fez em 50 dias deveria ter sido feito em cinco, basta copiar o que se passa nos países do Norte da Europa”, conclui.

Também nesta terça-feira, a candidatura presidencial de Cândido Ferreira anunciou ter concluído a recolha de 7500 assinaturas a serem apresentadas ao Tribunal Constitucional, faltando, ainda, a sua certificação nas Juntas de Freguesia. “Um dos objectivos era a recolha de assinaturas nas prisões, para dignificação dos reclusos que legalmente conservam todos os direitos políticos, mas apesar dos repetidos pedidos feitos à ministra Paula Teixeira da Cruz e ao Director-Geral dos Serviços Prisionais, Rui Sá Gomes, não foi possível uma resposta positiva de autorização”, refere um comunicado da candidatura.  

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