Patrões e sindicatos criticam declarações de Belmiro de Azevedo

Presidente da Sonae disse que, "se não for a mão-de-obra barata, não há emprego para ninguém".

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Arménio Carlos diz que declarações de Belmiro de Avezedo demonstram "falta de respeito" Nuno Ferreira Santos/Arquivo

Responsáveis pelas confederações sindicais e patronais fizeram nesta terça-feira duras críticas às declarações do empresário Belmiro de Azevedo, que afirmou que sem mão-de-obra barata “não há emprego para ninguém”.

Falando nesta segunda-feira à noite numa sessão do Clube dos Pensadores, em Vila Nova de Gaia, o presidente do conselho de administração da Sonae (dona do PÚBLICO), disse não perceber quando se diz que a economia não deve ser baseada em mão-de-obra barata. "Porque se não for a mão-de-obra barata, não há emprego para ninguém", declarou.

“Espero que o senhor engenheiro Belmiro consiga descobrir algum modo de as pessoas poderem comprar na loja dele sem salário”, disse o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes.

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, por sua vez, considera que estas declarações demonstram “falta de respeito” pelos trabalhadores e a “concepção de empresariado” que continua a existir em Portugal. “Já percebo por que é que é o terceiro homem mais rico do país. A inteligência e só dele e o resto é só suor e, neste caso, exploração”, disse.

Também João Proença, da UGT, considerou que o patrão do universo Sonae defende um modelo errado.
“Não sabemos o que é que o senhor Belmiro entende por mão-de-obra barata. O que nós entendemos é uma justa distribuição da riqueza criada neste país e que o modelo de salários baixos é um modelo que não dá futuro para Portugal”, disse.

As confederações patronais e sindicais estão reunidas nesta terça-feira com o Governo em sede de Concertação Social, com o aumento do salário mínimo nacional a constar da agenda de trabalhos.
 
 

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