Passos indignado com insinuações do BE sobre envolvimento de Relvas nas privatizações

Primeiro-ministro e deputado João Semedo trocam palavras mais acesas sobre alegada intervenção do ministro na privatização da TAP.

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Passos rejeitou qualquer "falta de transferência no processo" de privatização da TAP Rui Gaudêncio

João Semedo irritou esta sexta-feira o primeiro-ministro quando questionou Pedro Passos Coelho sobre a intervenção do ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, no processo de privatizações do Governo, em particular da TAP, cuja venda à Efromovich foi tentada até ao último minuto pelo Executivo PSD/CDS-PP.

“O Governo despenhou-se com grande estrondo no processo de privatização da TAP, foi uma derrota sonora como a TSU [Taxa Social Única], cheia de trapalhadas que é preciso corrigir”, declarou o deputado do BE para de imediato perguntar: “Qual é a responsabilidade do ministro Miguel Relvas no plano de privatizações do Governo, à excepção da RTP, claro?”.

O primeiro-ministro não gostou da provocação e respondeu num tom muito crispado: “O senhor deputado não é sério na forma como está a colocar a sua questão, porque evidencia que há qualquer falta de transferência no processo e isso não passa de uma calúnia torpe quando é apresentada sem nenhum outro fundamento”.

“As negociações com a Ebromovitch desenvolveram-se da mesma forma como qualquer outro candidato”, sublinhou Passos, recusando a “insinuação de que existe falta de transparência no processo".

O deputado bloquista usou da ironia para dizer. “Não era minha intenção provocar-lhe tanta irritação senhor primeiro-ministro, mas já viu que hoje não está para grandes explicações”. “Só perguntei se o sr. Efromovich foi recebido pelo ministro Miguel Relvas quando chegou a Portugal e qual foi o papel do ministro dos Assuntos Parlamentares no processo das privatizações?”, insistiu, dizendo que o processo de privatização da TAP falou não porque o “empresário fosse fraco ou não fosse uma pessoa de bem, falhou porque foi uma enorme trapalhada”.

Antes Passos tinha sido bem mais contido quando foi questionado por Semedo sobre a questão dos pensionistas. O primeiro-ministro garantiu que os rendimentos mais elevados foram onerados numa proporção maior do que os rendimentos dos mais baixos, recusando as acusações do BE.

“Houve muitos pensionistas que fizeram descontos que num regime de capitalização não estão de acordo com o que recebem nas pensões. São os activos de hoje que pagam essas pensões e isso um dia nós vamos ter que corrigir", prometeu o primeiro-ministro.

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