Passos, o teimoso, desistiu

O país aguardava ouvir o que o primeiro-ministro tinha a dizer um dia após o Tribunal Constitucional ter chumbado a sua proposta de reforma da Segurança Social, em particular porque Portas admitira novas “soluções viáveis e justas”.

Num discurso atípico e utilizando um estranho tom populista — tratou por “essa gente” tudo e todos, desde a oposição, aos juízes do TC, passando pelos banqueiros — Passos reconheceu afinal a derrota. Não conseguiu resolver o problema da sustentabilidade da Segurança Social. “Os outros não deixam que se faça.” Passos, o homem teimoso, deu ontem lugar a Passos, o resignado, que não quer os pensionistas a viver “com ansiedade cada ano de incerteza jurídico- -constitucional”. E desferiu um golpe inesperado: desafiou o PS a fazer uma reforma conjunta até às eleições. Com uma frase, ganhou votos junto dos pensionistas, esvaziou críticas dentro e fora do partido e adiou o problema.

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