Passos: "Não é com a ajuda de quem anda a falar de eleições que vamos" regressar aos mercados

Primeiro-ministro considera que discurso de líder do PS representa um risco ao "desígnio nacional" de voltar a lançar emissões de dívida de longo prazo.

Foto
Passos Coelho apela à estabilidade Rui Gaudêncio/Arquivo

O primeiro-ministro afirmou que a estratégia de regresso aos mercados delineada pelo Governo “tem sido, até hoje, bem sucedida”, mas apontou o dedo ao PS, acusando-o de prejudicar esse objectivo.

“Não é com a ajuda de quem anda a falar de eleições e em crise política que vamos ser bem sucedidos”, afirmou no debate quinzenal desta sexta-feira.

Passos Coelho respondia assim ao líder parlamentar do CDS-PP, que salientara a “credibilidade externa” de Portugal expressa na operação de dívida pública desta semana.

“A última emissão de Bilhetes de Tesouro a 18 meses tem um prazo de maturidade que já está fora da última tranche da troika, não é coberta por ela”, explicou o chefe de Governo. Para fundamentar a confiança de que “estamos a chegar ao ponto adequando para lançar uma emissão de longo prazo, como já fez a Irlanda.

Mas esse “objectivo nacional, como agora o PS também reconhece, só pode ser alcançado com estabilidade”, sublinhou Passos, regressando ao tema forte deste debate.

Nuno Magalhães questionou também sobre se Portugal tem “alguma confiança” em que, no âmbito do Orçamento Europeu, possam vir a ser reduzidos os cortes previstos no que diz respeito à Política Agrícola Comum.

“Não podemos aceitar o corte de 25 ou 26% no pilar do desenvolvimento rural”, respondeu Passos Coelho, que na véspera tinha tratado este assunto com o presidente francês, François Hollande.

Mas sublinhou que, “mais do que estar a criar ameaças sobre a decisão, pretendemos conseguir levar os nossos argumentos por diante”, como diz já ter acontecido em relação aos fundos de coesão. Uma forma de atenuar a oposição às propostas alemãs para o quadro plurianual até 2020.

Sugerir correcção
Comentar