Passos não comenta vitória de Costa mas garante estar "preparado para qualquer circunstância"

Primeiro-ministro elogia trabalho das forças e serviços de segurança mas avisa que é preciso “optimizar capacidades e sinergias”.

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Passos Coelho respondia à acusação de António José Seguro Enric Vives-Rubio

O actual chefe do Governo ainda não sabe exactamente quando vai a votos, mas já tem uma certeza: terá que enfrentar António Costa. Apesar disso, Pedro Passos Coelho não quis, esta segunda-feira, comentar a escolha do seu adversário feita ontem pelo PS, mas afiançou que “um primeiro-ministro está sempre preparado para qualquer circunstância”.

A garantia, em jeito de desafio, foi deixada por Passos Coelho em Estremoz, quando questionado pelos jornalistas que o esperavam à saída da cerimónia de inauguração do novo quartel do Destacamento Territorial da GNR.

"É natural que queiram saber as minhas opiniões sobre o PS mas, verdadeiramente, haverá pessoas em melhores condições de fazer pronúncios sobre isso do que eu", limitou-se a comentar o primeiro-ministro entrando para o carro.

"Um primeiro-ministro está sempre preparado para qualquer circunstância. Não faço comentários sobre o PS", respondeu quando lhe perguntaram se considera que terá uma vida política mais difícil com António Costa a assumir protagonismo no PS.

À chegada para a inauguração do quartel, que custou cerca de 4,3 milhões de euros, o primeiro-ministro foi recebido por dezenas de populares que o assobiaram e gritaram “demissão”, mas que os elementos da GNR local conseguiram manter a largos metros de distância, com grades de protecção.

No seu discurso, Passos Coelho não se coibiu de deixar rasgados elogios às forças e serviços de segurança pelo seu “sentido do dever e da disponibilidade”, “profissionalismo e dedicação” que permitiram a “tendência da queda das taxas da criminalidade geral”.

Para o exemplificar citou os resultados do relatório anual de segurança interna de 2013, ano em que se registou o “valor mais baixo da década [na criminalidade geral] e em que a descida percentual foi a mais significativa: 6,9 %”, e a criminalidade violenta caiu 9,5% face a 2012.

“Os dados disponíveis relativos ao corrente ano confirmam, quer em termos nacionais quer em relação ao distrito de Évora, a manutenção desta tendência”, acrescentou Passos Coelho. Que não se esqueceu de repetir o discurso habitual do ministro da Administração Interna nestas ocasiões: que um país seguro atrai turismo e investimento estrangeiro.

Mas o chefe do Governo não esqueceu que o sector também foi alvo de constrangimentos financeiros. “Nas forças e serviços de segurança e em todas as instituições - e desde logo naquelas que sustentam políticas públicas tão importantes como a saúde, a educação ou o apoio social -, foram restrições activas, sérias e que mostram o compromisso de todos com a necessidade de pôr em ordem as nossas contas públicas”, realçou.

Porém, elogiou, isso não impediu essas forças e serviços de “melhorarem significativamente” a sua acção. “Optimizando as capacidades e as sinergias [entre serviços] existentes, através dos conceitos de polivalência, flexibilidade, interdependência e complementaridade, as forças e serviços de segurança produzem uma maior e mais visível segurança nacional.”

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