Rui Machete, Moreira da Silva e Pires de Lima são os novos ministros

Paulo Portas passa a vice-primeiro-ministro numa remodelação em que há alterações no Ministério da Agricultura e Mar, bem como no Ministério da Economia.

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Passos Coelho acusou os comunistas de usarem palavras atentadoras da honra política Daniel Rocha

Rui Machete irá para os Negócios Estrangeiros, Jorge Moreira da Silva para o Ambiente e Energia, Pires de Lima vai para a Economia.

A pasta dos Negócios Estrangeiros, até agora de Paulo Portas, vai ser ocupada por Rui Machete, antigo líder do PSD e vice-primeiro-ministro no Governo do Bloco Central liderado por Mário Soares.

O actual número dois do PSD, Jorge Moreira da Silva, é o novo ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, pastas que estavam na Agricultura (as duas primeiras) e na Economia.

O Ministério da Economia passa para António Pires de Lima, dirigente nacional do CDS. Pedro Mota Soares reforça o seu ministério com a pasta do Emprego, além da Solidariedade e Segurança Social (Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social). 

Os novos ministros tomam posse esta quarta-feira às 17h00. 

O Presidente da República aceitou a proposta de Passos Coelho de remodelação do Governo. 

A remodelação acontece na sequência de uma grave crise política desencadeada há três semanas pelas demissões do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, líder do CDS. 

Depois de o Presidente da República ter colocado em cima da mesa o cenário de eleições antecipadas em 2014 e que foi afastado com o falhanço do acordo com o PS, Passos Coelho quer mostrar agora uma equipa renovada e reforçada para a segunda fase da legislatura.  

Reacções aos novos ministros

O líder parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, considera que o novo Governo é “uma dança de cadeiras que em nada contribuirá para inverter a caminhada do país para o empobrecimento". Zorrinho considerou que "Portugal precisava de uma remodelação de políticas e não de um novo ajustamento entre os partidos da coligação”.

O Governo agora remodelado “nasce ferido pela carta de demissão de Vítor Gaspar, pelas considerações de Paulo Portas e pela insistência numa ministra das Finanças que perfilha a subjugação à ideia que o programa do Governo é o programa da troika”, acrescentou ainda o deputado.

Pelo PCP, o deputado  João Oliveira defendeu que “a única moção de confiança capaz de recuperar o país” passa pela dissolução da Assembleia da República e pela realização de eleições legislativas antecipadas. “Esta é uma operação de recauchutagem de um governo que procura legitimar o que já não tem legitimidade e que procura reanimar um governo que está morto e enterrado”, declarou.

João Semedo, um dos líderes do Bloco de Esquerda, afirmou que "hoje é o dia em que a operação de salvação do Governo terminou". E argumentou que "algumas caras novas num governo velho, perdido, desgastado e em declínio não alteram o sentido da política que vai continuar a ser praticada, a mesma política de austeridade e recessão e que irá objectivamente provocar os mesmos resultados”.

As centrais sindicais tiveram reacções diferentes. O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou que se trata de "um governo recauchutado que no essencial mantém a matriz que tem levado à contestação popular e à descredibilização do Governo e da sua política”. Do lado da UGT, o líder sindicalista Carlos Silva tem uma postura diferente: "É tempo de dar uma oportunidade ao novo Governo que aí vem, embora seja uma remodelação, mas é uma remodelação com alterações significativas nalgumas pastas.”

Já o presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, questionou a mudança da pasta da Energia. "A energia é uma questão de competitividade nuclear para as empresas e nesse sentido deveria manter-se no Ministério da Economia. Lamentamos que tal não aconteça”, afirmou António Saraiva. António Pires de Lima, que terá a tutela da Economia, é um nome “interessante”, considerou, mas “mais importante que os ministros são as políticas” e as reformas do país que “tardam em ser feitas”.
 
 
 
 

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