Passos: convocar eleições faria com que o país perdesse dois anos

Primeiro-ministro responde a Mário Soares e afirma que o Governo tem toda a legitimidade para cumprir mandato. E 17,7% de desemprego não constitui "nenhuma novidade".

Fotogaleria
Passos visita nesta sexta-feira Trás-os-Montes Nelson Garrido
Fotogaleria
Nelson Garrido
Fotogaleria
Nelson Garrido
Fotogaleria
Nelson Garrido
Fotogaleria
Nelson Garrido
Fotogaleria
Nelson Garrido

O primeiro-ministro voltou a recusar a possibilidade de eleições antecipadas, aconselhando aqueles que pedem a demissão do Governo a “não confundirem os seus desejos pessoais com a vontade do país”.

Esta sexta-feira, à margem de uma visita à região de Trás-os-Montes, Pedro Passos Coelho afirmou que convocar eleições neste momento faria o país perder dois anos, deitando por terra os sacrifícios já feitos.

“Seria regressar a Março ou Abril de 2011”, sublinha Passos Coelho, em resposta ao pedido de demissão do Governo feito no dia anterior pelo antigo Presidente da República Mário Soares, que se juntou a várias outras personalidades que fizeram a mesma exigência nos últimos dias. O líder do Executivo sublinha que o “Governo está suportado por uma maioria no Parlamento” e portanto continua a ter “toda a legitimidade”, ao contrário do que foi sugerido pelo histórico socialista.

“Mal estaria o país se perante dificuldades tivesse que convocar imediatamente eleições. Estou certo que a maioria das pessoas pensa o mesmo”, sustenta o primeiro-ministro, lembrando o “caminho de dois anos” que já foi feito por Portugal para responder aos seus problemas de financiamento e a “grande resiliência” mostrada pelos portugueses ao longo desse período, um esforço que é “reconhecido fora do país”.

O primeiro-ministro comentou também o incidente da manhã desta sexta-feira no Parlamento, apontando o “desespero” que diz encontrar em alguns agentes. Passos Coelho deixa por isso uma “recomendação” aos críticos: “Não confundam os seus desejos com a vontade do país”. O líder do Governo detecta “uma certa tentativa de levar até casa dos portugueses uma imagem de agressividade e de bloqueio da democracia” que não corresponde à realidade e não interessa aos portugueses.

Em Pedras Salgadas, no concelho de Vila Pouca de Aguiar, no encerramento de uma manhã ocupada em visitas a empresas da região, Pedro Passos Coelho referiu-se também aos números do desemprego relativos a Abril que foram conhecidos esta sexta-feira, considerando que os 17,7% não constituem “nenhuma novidade”. O Governo prevê que o desemprego chegue aos 18,2% no final do ano, pelo que os números agora conhecidos estão dentro do previsto.

Passos defende, no entanto, que o Governo tem que “fazer tudo o que estiver ao alcance” para combater os problemas de emprego do país, apontando duas vias para atacar a questão. O primeiro-ministro afirma que é preciso reformular as políticas activas de emprego, dirigidas sobretudo aos jovens.Mas reconhece que as iniciativas lançadas neste campo, “até à data, não tiveram o impacto que o governo gostaria”.

O primeiro-ministro aproveitou o tema para voltar a afirmar a intenção do Governo de apostar no investimento, à semelhança do que vem sendo feito por vários elementos do Executivo ao longo dos últimos dias. E aponta mesmo “sinais positivos” nesse campo, sobretudo a melhoria que vai havendo “devagarinho” nos empréstimos às empresas do sector não financeiro e os juros cobrados por essas operações.

Antes de chegar a Pedras Salgadas, Passos Coelho esteve em duas empresas de Chaves. Na primeira paragem, o primeiro-ministro chegou dez minutos antes da hora prevista, o suficiente para evitar uma manifestação de taxistas que chegou ao local poucos minutos depois do líder do executivo. Os cerca de 20 taxistas queriam fazer ver ao Governo a sua insatisfação por terem perdido o transporte de doentes hemofílicos para os bombeiros. “Pagamos impostos, queremos o mesmo direitos”, reclamaram à distância.
 

Sugerir correcção
Comentar