Passos Coelho reitera que subida do défice não exige medidas adicionais

Líder da coligação PSD/CDS mantém meta do défice para este ano abaixo dos 3%.

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Miguel Manso

O líder da coligação PSD/CDS e primeiro-ministro reiterou que a subida do défice para 7,2%, por causa da injecção de 4900 milhões de euros no Novo Banco “é apenas um reporte estatístico”, que “não tem qualquer influência na expectativa do défice deste ano nem impacto na dívida portuguesa”. Passos Coelho falava aos jornalistas, no final de uma acção de campanha em Arcos de Valdevez, Viana do Castelo.

A posição assumida vem no mesmo sentido do que tem sido afirmado pelo primeiro-ministro e pela ministra das Finanças sobre o agravamento do défice de 2014 gerado pela contabilização como despesa da injecção de capital no Novo Banco, segundo o Instituto Nacional de Estatística.

“Ele [esse cálculo] não tem nenhum efeito na vida das pessoas nem traz nenhuma medida adicional  a não ser uma: como nós não nacionalizamos o Banco Espírito Santo e emprestámos dinheiro ao fundo de resolução para criar o Novo Banco, o que se passa é que o Estado até hoje já recebeu mais de 120 milhões de euros de juros que emprestou, o que significa que quanto mais tarde esse dinheiro regressar aos cofres do tesouro mais dinheiro em juros o país acumulará”, afirmou.

Em jeito de conclusão, rematou: "Não é dinheiro que não está parado, é dinheiro que está a render".

Questionado sobre se os dados divulgados não comprometem a expectactiva do Governo sobre a meta do défice para este ano, o primeiro-ministro respondeu: “Não, justamente, reforçam-na”.

Sublinhou que está a ser cumprido o que estava previsto no programa de estabilidade e que as indicações sobre os números de Agosto relativos à execução orçamental, que serão divulgados daqui a uns dias, são “bastantes positivas”, apontando para que a meta esteja ao alcance.

“A nossa meta é 2,7%  e estamos convencidos de que vamos ficar claramente abaixo dos 3%”, afirmou. Sem se referir directamente ao PS, Passos Coelho não deixou de lembrar: “Havia do lado da oposição uma visão catastrofista de que não iriámos atingir”.

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