Passos Coelho insiste que renegociar a dívida é “o fim de linha”

Bloco avisa que a moção de censura do PS não é a única que o Governo enfrenta. Há mais duas: acórdão do Tribunal Constitucional e pedidos de remodelação do CDS, parceiro de coligação.

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Passos Coelho diz não ter informação privilegiada sobre futura decisão do Constitucional Rui Gaudêncio

Quando mais nada resulta, dá-se o passo da renegociação. Foi a ideia deixada esta quarta-feira pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no decorrer do debate da moção de censura ao Governo apresentada pelo PS.

"É o fim de linha, quando nada mais resultou. Isso é o ‘não pagamos’, senhor deputado, e quando se chega aí a dor e o sofrimento dos países e das pessoas não têm limite", disse Pedro Passos Coelho em resposta ao secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.

O líder comunista acusou o executivo de se ter enganado quando anunciou aos portugueses que 2013 seria “o fim do caminho das pedras”. Falhadas todas as previsões do Governo, Jerónimo avisou que, “agora, o ministro das Finanças [Vítor Gaspar] até já diz que os sacrifícios são para uma geração. Esgotou-se a propaganda e esgotou-se o tempo deste Governo".

Na resposta a Jerónimo de Sousa, Passos sublinhou a “coerência” dos comunistas, mas frisou que uma eventual renegociação do programa de ajustamento económico e financeiro só deve acontecer quando um Governo não tem mais nenhuma solução para oferecer ao país.

"Está convencido que o caminho é o de reestruturar as nossas responsabilidades externas e que, no limite, até não se importaria que Portugal estivesse numa Europa diferente, em que as regras não fossem de disciplina orçamental e de responsabilidade orçamental. Mas não é isso que o país deseja", disse ainda Passos Coelho.

BE triplica moção do PS

Já a deputada e coordenadora do BE, Catarina Martins, arrancou a sua intervenção no Parlamento considerando que o Governo enfrenta outras moções de censura. Catarina Martins concretizou a ideia com a expectativa da decisão do Tribunal Constitucional sobre normas do Orçamento do Estado para 2013, mas também com o próprio CDS.

“O Governo está ainda confrontado com a censura do parceiro de coligação, o CDS, que não hesita em ir à televisão pedir a substituição de ministros”, afirmou a bloquista. Na resposta, o primeiro-ministro evitou especulações sobre a decisão do Tribunal, acrescentando não ter “qualquer informação privilegiada” sobre a matéria.

“Não sei o que vai decidir e presumo que a senhora deputada também não sabe”, rematou Passos Coelho.
 
 
 
 
 
 

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