Passos Coelho defende abertura a migrantes na Europa

Líder do PSD encerra congresso da JSD e defende a obra do seu Governo, acusando Costa de destruir 20 mil empregos.

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Passos Coelho no Congresso do PSD Martin Henrik

“A Europa precisa de mais jovens, quer eles nasçam cá quer eles venham de fora”, defendeu o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, este domingo na Batalha ao encerrar o 24.º Congresso da JSD.

Falando aos jovens do seu partido que reelegeram Cristóvão Simão Ribeiro como presidente, Passos Coelho abordou sem a nomear a crise dos refugiados. E assumiu que Portugal e a Europa precisam de “ter jovens de outros países e de outras sociedades”.

Defendendo uma Europa “aberta, cosmopolita em que os jovens se sintam cidadãos europeus", o ex-primeiro-ministro sustentou que “a Europa precisa de libertar o futuro” e não se deixar condicionar pelo “populismo” nem pelo “radicalismo”. E exortou os jovens militantes do seu partido: “Nunca deixem que o populismo e a demagogia tome conta dos debates”.

Por isso, Passos Coelho rejeitou as teses dos que dizem que “a Europa tem que se fechar para proteger emprego”, como as dos que sustentam que tem de “ter a porta aberta”, mas defendendo a entrada de migrantes e de refugiados, afirmou: “Não aceitamos que aqueles a quem abrimos as portas queiram (…) subverter a nossa cultura e a nossa maneira de estar.” E recusando “uma Europa de nacionalismos bacocos e fechados”,  vaticinou: “Se a Europa quiser fechar-se cada vez mais”, o seu futuro “será muito mais marginal do que já hoje é.”

Sobre Portugal, o ex-primeiro-ministro repetiu a ideia já defendida no Congresso do PSD de que é necessário “ter uma segunda geração de reformas estruturais”.

Reivindicando para o seu Governo o cumprimento e fecho do período de intervenção da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional em Portugal – “libertámos o futuro quando fechamos o memorando com a troika” -, Passos Coelho acusou o Governo de António Costa de desbaratar a situação que herdou no Governo.

“ Agora temos uma maioria que nos governa que está a deitar isso fora,” afirmou, para acrescentar que se o ano de 2015 não fechou bem é porque, devido à mudança de Governo, “muito investimento ficou à espera”.

Passos Coelho começou, aliás, o seu discurso na Batalha por atacar o Governo de António Costa, acusando-o de com a sua gestão do país ter destruído 20 mil empregos.

Defendendo a sua governação na última legislatura, rejeitou que se mude de modelo, apenas pelo que considera serem questões ideológicas. Para o líder do PSD a questão não se coloca entre mais e menos Estado, já que apenas pode haver Estado conforme “as circunstâncias” permitem. E defendeu que “o Estado é hoje imprescindível”, só que deve ocupar o “espaço que não pode ser confundido com a iniciativa privada”.

Classificou mesmo de “retrógradas” as forças que compõem a actual maioria de poder, por defenderem a presença do Estado em áreas que eram já da iniciativa privada, dando o caso das escolas privadas que recebem dinheiros do Orçamento do Estado como exemplo e criticando os que consideram que o ensino deve ser preferencialmente público e que este é que deve absorver o dinheiro do Orçamento do Estado.

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