Passos Coelho avisa que 2013 vai ser um “ano de grandes dificuldades”

No último debate quinzenal do ano no Parlamento, o primeiro-ministro afirmou que a "perspectiva de crescimento em 2014 existe".

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O primeiro-ministro assegura que o Governo está a trabalhar para pôr a economia a crescer Miguel Manso

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, deixou claro esta sexta-feira, no último debate quinzenal do ano no Parlamento, que “2013 vai ser um ano de grandes dificuldades”, mas sublinhou também que “estamos cada vez mais próximos de vencer esta crise”.

Afinal, não vai ser apenas no plano europeu que 2013 vai ser um ano difícil com “riscos assinaláveis”, conforme admitiu Passos no Parlamento. A nível interno será também “um ano de grandes dificuldades”.

Apesar de os tempos que se avizinham serem complicados e difíceis, o primeiro-ministro manteve a garantia de que “a perspectiva de crescimento em 2014 existe e a verdade é que a tendência de recuperação é essa”.

O primeiro-ministro empenhou-se em dizer várias vezes que o Governo está a trabalhar para pôr a economia a crescer, sendo essa a razão pela qual este ano foi tão importante. E chegou a recorrer à ironia para dizer que o “milagre de crescimento não existe”, ao contrário do que o PS pensa. “Qual é o milagre de crescimento do PS, se quando o partido esteve no Governo não conseguiu fazê-lo e tivemos que pedir ajuda?”

Respondendo à deputada Heloísa Apolónia, que acusou o Governo de dizer que 2012 seria um ano de viragem e 2013 de crescimento, o primeiro-ministro afirmou tratar-se de uma "falsidade", recusando tais declarações.

Antes da intervenção final do primeiro-ministro, o líder da bancada do PSD, Luís Montenegro, usou da palavra para sair em defesa do Governo no processo de privatização da TAP, dando cobertura à decisão do executivo que evitou fazer um negócio, porque “não estava devidamente salvaguardo o interesse nacional”. E dirigindo-se à bancada socialista tratou de colar o PS à esquerda radical.

Luís Montenegro considerou que se “está a assistir neste debate a um PS muito colado aos argumentos, práticas e acções quer do Partido Comunista, quer do Bloco de Esquerda”. “É preciso reformar o Estado, mas nada de cortar na despesa", diz o PS, segundo Montenegro. E prosseguiu: “[O desemprego e os níveis de dívida] não são culpa do Partido Socialista?”

A terminar, o líder da bancada social-democrata apontou ainda o dedo àqueles que acusam o primeiro-ministro de “afundar as contas públicas, quando quem criou uma cratera foi o PS”.

O debate quinzenal no Parlamento, o último deste ano, foi dedicado aos “assuntos económicos, sociais e políticos” e ficou marcado pelo violento ataque do deputado do BE João Semedo ao processo de privatização da TAP, pedindo esclarecimentos ao chefe do Governo sobre o envolvimento do ministro dos Assuntos Parlamentares.

Depois de ter afirmado que o negócio de privatização da TAP “[se] despenhou com estrondo”, Semedo perguntou directamente a Passos qual foi o envolvimento do ministro Miguel Relvas “neste processo e nos restantes processos de privatizações do Governo, com excepção da RTP, claro”.

Passos Coelho zangou-se e acusou João Semedo de usar da calúnia e de não ser sério.
 
 

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