Passos Coelho apela a entendimento entre partidos no pós-troika

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Pedro Passos Coelho Enric Vives-Rubio

O líder do PSD apelou neste sábado em Torres Vedras a um entendimento entre os partidos no controlo da despesa no fim do programa de ajustamento financeiro, para que o país não volte a pedir ajuda externa no futuro.

"Espero que a possibilidade, que está ao nosso alcance de fechar este programa de emergência e de assistência económica e financeira, nos dê a faculdade de, no médio e longo prazo, traçarmos uma estratégia que possa ser comum às principais forças políticas", afirmou Pedro Passos Coelho.

O primeiro-ministro, que falava enquanto líder do PSD no encerramento das comemorações dos 30 anos dos Trabalhadores Sociais-Democratas (TSD), concretizou que "é necessário um compromisso que represente um tecto de despesa discricionária que não onere as gerações futuras nem os impostos dos portugueses".

"Todos os partidos sairão a ganhar, porque todos darão aos portugueses a certeza de que todos não iremos viver tempos de desequilíbrio orçamental que tenham de conduzir a um resgate externo", sublinhou.

Pedro Passos Coelho comparou a actual crise com a de 1983-1985, altura em que os TSD tinham acabado de se constituir, para lembrar que "o ajustamento teve desta vez um impacto bem mais grave nos rendimentos das famílias do que há 30 anos", apesar de o pedido de ajuda ter passado do equivalente a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) para, desta vez, quase 45%.

"Não teria sido possível vencer esta crise sem fazer um ajustamento que afectasse os rendimentos", afirmou Passos Coelho para logo acrescentar que "não se pode deitar fora os sacrifícios que as pessoas estiveram disponíveis para fazer", enfatizando assim o apelo às forças políticas.

Para o primeiro-ministro, os números começam a demonstrar "aos poucos que os sacrifícios feitos vão produzindo os seus frutos e as reformas efectuadas posicionam Portugal num patamar mais competitivo" do que há 30 anos.

Pedro Passos Coelho exemplificou com o aumento das exportações, da procura interna e do "volume de emprego" que, reconheceu, "não é ainda o que necessitamos para reabsorver o desemprego que foi gerado pela crise ao longo dos últimos anos".

Apontando para o futuro, o líder social-democrata frisou que é necessário combater o défice de qualificações, capaz de dotar as empresas de quadros com maior capacidade de inovação e de investigação, e atrair capital externo para tornar a economia mais sustentável.

 

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