Passos Coelho admite que aposta de anos na rodovia pode não ter sido a melhor

Primeiro-ministro diz que aposta feita nos últimos 30 anos em infra-estruturas rodoviárias é uma "opção muito questionável".

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Miguel Madeira

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, admitiu esta sexta-feira que a aposta de anos na rodovia, em detrimento de outras infraestruturas, pode não ter sido a melhor, sendo necessário antecipar efeitos a médio e longo prazo antes de tomar decisões.

"Em Portugal, ao longo dos últimos 30 anos fez-se uma aposta muito grande em infra-estruturas de natureza rodoviária, em detrimento da ferroviária. Julgo que esta opção é hoje muito questionável e poderíamos ter decidido melhor de outra maneira", alegou.

Na sua intervenção numa sessão solene que ocorreu ao durante a manhã na Câmara de Viseu, Passos Coelho sublinhou que é impossível apostar em todas as infra-estruturas ao mesmo tempo, tornando-se necessário fazer opções.

"Devemos concluir que deveríamos discutir estas opções um pouco melhor e procurar antecipar os seus efeitos de médio e longo prazo com maior profundidade", acrescentou.

O primeiro-ministro evidenciou que a fase da infra-estruturação do país já terminou e que isso está plasmado no acordo de parceria.

Na sua opinião, "Portugal não pode andar 30 anos a dizer à União Europeia que precisa de fundos para tratar de novas infra-estruturas".

"Por essa razão, o novo quadro de financiamento plurianual até 2020 está maioritariamente concentrado em aspectos relacionados com a competitividade da nossa economia e voltado para as nossas empresas e qualificação dos portugueses, combatendo a exclusão, promovendo a integração social e ainda para a preservação dos nossos ecossistemas ambientais", acrescentou.

O líder do Governo espera que as opções que estão a tomar sejam concretas e transparentes e que daqui por sete a dez anos vejam que os fundos disponíveis foram bem aplicados.

"Cabe ao Estado não dizer como esse dinheiro deve ser gasto, mas quais são os princípios orientadores e o quadro de incentivos para que possa ser gasto com o maior retorno possível", concluiu.

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