Parlamento desiste de ter chaimites no 25 de Abril

Exército alega custos “elevados” para não colaborar.

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Nem cravos de Joana Vasconcelos nem Chaimites, a crise assim dita Miguel Silva/arquivo

As comemorações dos 40 anos do 25 de Abril já não vão contar com uma exposição de chaimites da época da Revolução na entrada do Parlamento. Em causa estão os custos “elevados” da iniciativa, comunicou o Governo aos deputados na semana passada.

O ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes, informou a conferência de líderes da passada semana de que o Exército tinha concluído que teria custos “elevados” a "colocação simbólica” de chaimites "à época" à entrada do Parlamento. A resposta negativa ao pedido de colaboração do Exército para esta iniciativa – uma das propostas para assinalar os 40 anos do 25 de Abril – foi dada aos líderes parlamentares na quarta-feira da semana passada, mas só foi tornada pública nesta quinta-feira na súmula da conferência de líderes enviada aos jornalistas.

Como alternativa a esta exposição, foi proposto que o posto de comando operacional que está actualmente transformado em museu, na Pontinha, arredores de Lisboa, “transitasse para um local da Assembleia da República onde pudesse ser visitado”. Segundo a súmula da conferência de líderes actualizada, esta sugestão “mereceu o acolhimento de todos os presentes”.

A exposição de chaimites era uma das propostas que constava de um vasto conjunto de iniciativas para assinalar o próximo 25 de Abril. Foi até ponderado pedir à artista Joana Vasconcelos para ornamentar as viaturas blindadas, mas a proposta acabou por cair. A própria artista veio a público declarar que não lhe foi pedido para ornamentar chaimites e que não estaria disponível para fazer uma intervenção por falta de tempo.

A proposta lançada pela presidente da Assembleia da República de recorrer a mecenato para ajudar a suportar os custos das comemorações teve a oposição assumida do PCP e do BE e foi abandonada.

O programa definitivo das comemorações no Parlamento está ainda a ser fechado, mas deverá ficar pronto a tempo de ser aprovado na conferência de líderes da próxima semana. Só nessa altura deverá ser conhecido o orçamento. Quase certa está a realização de um concerto por Rodrigo Leão, de outro concerto com artistas convidados e de uma exposição sobre o nascimento da democracia, para a qual foi  pedida a colaboração de Pacheco Pereira. Ficou também assente a realização de um ciclo de cinema, com documentários feitos por realizadores estrangeiros, de uma peça de teatro (pela companhia A Barraca) e de uma conferência sobre Os Novos Paradigmas do Futuro

O Governo divulgou entretanto que vai gastar 300 mil euros nas comemorações do 25 de Abril. Entre as iniciativas está o lançamento de um site com informação sobre a revolução, peças radiofónicas inspiradas a partir de histórias reais, um concerto, uma exposição e uma conferência internacional.

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