O FMI de Portas: “Fruta, Milho e Investimento”

Ministro dos Negócios Estrangeiros defende discurso de Cavaco sobre agricultura.

Foto
Portas incentiva os portugueses a consumirem produtos nacionais Fernando Veludo/Nfactos

Não quis falar da troika, defendeu o discurso de Cavaco Silva no 10 de Junho e fez a apologia dos produtos portugueses. Paulo Portas passou neste sábado pela Feira Nacional da Agricultura, em Santarém, e preferiu centrar as suas declarações na agricultura e na abertura de mais de 50 novos mercados para exportações agro-alimentares e florestais de Portugal.

Reagindo às críticas motivadas pelo discurso de Cavaco Silva no 10 de Junho, Portas saiu em defesa do Presidente da República: "Por que há de ser crime, delito ou pecado falar de uma coisa tão moderna como a agricultura?", questionou o ministro dos Negócios Estrangeiros, deixando um elogio a Cavaco: "Puxar pela agricultura é fazer bem ao país."

Ao lado de Assunção Cristas, ministra da Agricultura, Portas sublinhou a “colaboração positiva” entre os dois ministérios na questão dos mercados exportadores de produtos agrícolas portugueses. “Nestes últimos dois anos abrimos conjuntamente 51 mercados novos para exportações agro-alimentares e florestais de Portugal, dos quais 35 estão decididos a nosso favor e 16 estão em negociação”, argumentou o ministro.

Portas considerou estes novos mercados como sinais de “um ritmo novo” na exportação de produtos agro-alimentares a que se junta uma taxa de execução de 65% do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER), que coloca Portugal “dois pontos acima da média europeia”.

“Longe vão os tempos em que Portugal se podia envergonhar de ter fundos comunitários para investir na agricultura e não os aplicar”, lembrou, satisfeito com o país que ultrapassou “quatro países” e que “está a usar até ao limite os fundos para investir na agriculta”.

E se o “dinheiro de Bruxelas” já não “fica fechado no cofre” mas, pelo contrário, “vai para a economia e para os agricultores”, o mesmo acontece com os pagamentos do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) que, segundo o ministro, “hoje em dia paga na última semana ou perto do último dia do mês, todos os meses”, num esforço do Ministério da Agricultura para dar garantias aos agricultores de que “os pagamentos são feitos a tempo e horas”.

Ao panorama positivo Portas juntou ainda elogios à adesão crescente ao programa de compra de produtos portugueses "Portugal sou eu" e incentivou as famílias portuguesas a, “em igualdade de circunstâncias, escolherem produtos portugueses, o que se produz em Portugal, a nossa qualidade e as nossas marcas”.

Na Feira Nacional de Agricultura, Portas recusou falar de outros temas. Questionado sobre a sugestão do Presidente da República para que a troika passe a ser composta apenas por instituições europeias, o líder do CDS-PP não quis comentar a possível saída do Fundo Monetário Internacional. Respondeu que, numa feira de produtos agrícolas, FMI passou a ser apenas “Fruta, Milho e Investimento”.

Sugerir correcção
Comentar