Para o PCP o comício do Pontal foi uma "sucessão de tretas"

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“O que está a dar cabo da Segurança Social é a recessão, o desemprego”, diz o deputado do PCP Jorge Machado Miguel Manso

O PCP considera que o comício do Pontal do PSD, que juntou pela primeira vez o CDS-PP, se caracterizou por uma "sucessão de tretas", nomeadamente sobre o país estar melhor, e salienta que o Governo "está inequivocamente derrotado".

O Partido Comunista Português reage assim ao discurso feito pelo líder do PSD no sábado à noite no Pontal, em Albufeira, no Algarve, onde Pedro Passos Coelho defendeu a necessidade de "um resultado politicamente inequívoco nas próximas eleições", sublinhando a importância da estabilidade governativa.

"Este comício do Pontal não prima pela novidade, o que de facto o caracteriza é a sucessão de tretas, nomeadamente a ideia de que o país está melhor, a ideia de que é necessária a estabilidade deste Governo e desta política para que ele continue a melhorar. É falso, no entender do PCP, e precisa de ser denunciado e combatido", declara Carlos Gonçalves, da comissão política do Partido Comunista, em Lisboa, na manhã deste domingo.

"O que resulta de uma forma mais clara deste comício do Pontal é exactamente a ideia de que o Governo está inequivocamente derrotado, a questão agora é tornar essa derrota numa derrota política da direita, numa derrota política do PSD, do CDS e também do PS", aponta.

Carlos Gonçalves sublinha estar em causa, no escrutínio, uma "grande oportunidade" de ruptura e de reforço do PCP, para garantir uma nova política e "um Portugal com futuro".

O PCP salienta que, "ao contrário do que diz o Governo, o país não está melhor" e "o Governo não deu a volta à situação", e recorda que há uma dívida "em crescimento e que é insustentável, um desemprego que, apesar de todas as marteladas, continua a envolver mais de um milhão de trabalhadores" e "uma economia que não sai da anemia".

As críticas dos comunistas estenderam-se ainda ao PS e às suas promessas.

"O PSD e o CDS, e também o PS de outra forma, insistem no caminho das falsas promessas, promessas que não pensam cumprir em circunstância nenhuma e que vão, no dia a seguir às eleições, abandonar, como sempre fizeram", refere Carlos Gonçalves.

No comício do Pontal anterior às últimas eleições, o PSD "prometeu, por exemplo, combater o aumento de impostos, defender o Estado Social", lembra. 

"O que mais ofende é, provavelmente, o facto de Passos Coelho insistir que a sua preocupação são os portugueses", diz o comunista.

O partido considera chocante que o Governo se afirme empenhado no combate às desigualdades: "Temos 2,7 milhões de pobres, o nível de vida regrediu 25 anos. Se é este o combate às desigualdades já chega, é melhor pararmos, mudar de política".

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