Para Louçã, o Bloco é um partido que conseguiu “renascer”

Francisco Louçã espera que o BE tenha um resultado “muito forte”, que consiga vencer a direita e “esta gente que anda com o rei na barriga, como se o país fosse deles, como se fosse uma coutada”.

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Fotos Miguel Madeira
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O ex-coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, não tem dúvidas: já ninguém vaticina a morte do partido, apesar de nas últimas eleições legislativas e europeias terem ficado além os objectivos. Mais, o partido até renasceu. À margem de um almoço-comício em Lisboa, Louçã afirmou aos jornalistas que o Bloco “conseguiu relançar-se, renascer, reconstruir a sua base, ser mais forte, mais amplo, ouvir mais as pessoas” e que “isso é a prova de que a esquerda está na luta”.

Questionado sobre as expectativas que tem no que respeita aos resultados eleitorais, Louçã disse esperar que o BE tenha um resultado “muito forte”, que consiga responder ao país, de forma a vencer a direita e “esta gente que anda com o rei na barriga, como se o país fosse deles, como se fosse uma coutada”.

Quanto aos resultados das anteriores eleições, argumentou que decorreram em contextos “muito diferentes”. Já esta campanha do Bloco - um partido que "aprende sempre com a vida" porque não há sempre "dias de Sol" - é agora “de uma coragem extraordinária, de uma grande raiz popular, é gente de verdade, é povo, são pessoas que estão desempregadas, são reformados, avós, os mais novos”: “Essa gente é que pode fazer a mudança Portugal precisa.”

Para Louçã, o partido, com “gente preparadíssima”, conseguiu superar “as dificuldades da forma mais inteligente, mais capaz, puxando pelas melhores pessoas e mostrando que pode ser uma alternativa” no país.

“É o meu povo e é uma campanha que acho que é extraordinária e inteligente, sorridente, convicta, e que transforma a paisagem política do país. Essa força, que é a força que a Catarina [Martins] trouxe a esta campanha e Mariana Mortágua, Marisa Matias e outras pessoas, é uma força de renovação e de esperança. Portugal está triste e, por isso, sinto nesta campanha um levantamento de confiança, vontade, determinação, de gente preparada. E, por isso, me sinto tão bem neste povo”, afirmou.

Sobre as sondagens que têm saído, Louçã admite que “a direita recuperou alguma coisa perante um PS que se quis colar muito às soluções de direita”. Quanto a entendimentos, defende que se deve pensar em soluções para o país – “é preciso pensar menos em partidos e mais em soluções -, mas tal não pode significar que a esquerda ceda em alguns temas – que é, de resto, o que Catarina Martins tem vindo a dizer. “Não está a ver a esquerda a defender os despedimentos facilitados? Não está a ver a esquerda a defender que se corte pensões por um bolso ou por outro?”, questionou.

Louçã defende que o país precisava de quem "se arrisca no compromisso, na resposta, na mobilização, na concretização de soluções”: “Porque é tão cansativo ouvir políticos a falarem do seu próprio poder, daquilo que eles querem e o que querem para o país? Eu acho que isso é a grande diferença que o BE pode fazer. Como fará nesta campanha”, acrescentou Louçã.

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