Palavra "crime" motiva discussão acesa entre CDS e PCP

Líder parlamentar dos centristas desafiou deputado Jorge Machado do PCP a denunciar crime, se ele existe.

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Nuno Magalhães endureceu o tom na resposta ao deputado comunista Bernardino Soares Rui Gaudêncio

A utilização de palavras como “roubo” e “crime” por parte do deputado comunista Jorge Machado quando se debatia a reposição dos subsídios da função pública motivou um forte protesto por parte do líder da bancada do CDS, Nuno Magalhães.

“Se há crime, denuncie”, desafiou Nuno Magalhães, dirigindo-se ao deputado comunista, durante o debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2013.

O líder da bancada centrista questionou a presidente da Assembleia da República sobre se acha “normal” a linguagem utilizada. Nuno Magalhães afirmou que, pela sua parte, o CDS não irá tolerar a “arruaça” no Parlamento. Assunção Esteves declarou não se ter apercebido dos termos da intervenção do PCP e insistiu na auto-regulação dos deputados.

Na resposta, o líder da bancada comunista Bernardino Soares sustentou que a palavra crime é utilizada em sentido político e não penal.

“Não há crime em sentido político. Percebo que o deputado Bernardino Soares saiba o que é crime político, a KGB também sabia”, ripostou Nuno Magalhães. Bernardino Soares acusou a bancada do CDS de ter “arranjado este incidente” para “esconder” que “não tem defendido o Orçamento do Estado” ao longo da manhã.

A secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares, Teresa Morais, pediu também a intervenção de Assunção Esteves e sublinhou que o Governo “está disponível para todos os debates, mas não para todos os insultos”.

A presidente da Assembleia insistiu na auto-regulação e deixou um apelo. “Venho pedir aos senhores deputados que mantenham o entusiasmo sem passar excessivamente à emoção. São duas coisas diferentes”, afirmou.

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