À beira da maioria absoluta

As sondagens indicavam que a coligação PàF seria ganhadora e, em vésperas de eleições, os comentadores televisivos davam essa vitória como certa.

E assim foi. À hora que escrevo este comentário, a sondagem à boca das urnas da Intercampus para Público/TVI/TSF indica que a coligação ganhou as eleições, sendo o cenário mais provável o de um governo minoritário a poucos mandatos de uma maioria absoluta.

Um feito notável, uma vitória da coligação PaF, considerando as medidas de austeridade implementadas ao longo dos últimos quatro anos e meio, nomeadamente, o enorme aumento de impostos e o corte de pensões e de salários dos funcionários públicos.

E validam a estratégia eleitoral da PàF de dizer e prometer muito pouco sobre o futuro e sobre a futura legislatura, sem abrir o flanco e sem entrar em detalhes.

Agora a Constituição determina que a palavra e a decisão estão com o Presidente da República. Muito provavelmente, irá convidar a coligação para governar em minoria.

Mas este parece um Governo com um prazo de validade muito curto: o Governo poderá ser tentado a atirar a toalha ao chão após a primeira grande contrariedade no Parlamento, esperando que uma ida a eleições lhe dê a maioria absoluta; por outro lado, será politicamente difícil à oposição deitar abaixo o XX Governo constitucional no curto prazo; e não quererá que novas eleições permitam que a coligação atinja então a maioria absoluta.

Os portugueses decidiram. Que tenha sido a melhor decisão…

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