Nuno Melo considera greves “trágicas” para a recuperação do país

Vice-presidente do CDS diz que paralisações são dos "factores que mais incertezas trazem" e que o " país não se anima, nem consegue alguma diferença com greves".

Foto
Nuno Melo lamentou o peso de algumas greves nas exportações Enric Vives-Rubio

O vice-presidente do CDS e eurodeputado Nuno Melo considerou “trágicas para Portugal” as greves que têm afectado várias empresas nos últimos meses, porque, disse, “dificultam a capacidade de recuperação do país”.

“Essas greves são trágicas para Portugal e são apontadas exteriormente como um dos factores que mais incertezas trazem”, afirmou no sábado à noite, no Marco de Canaveses. À margem da tomada de posse de Avelino Ferreira Torres como líder local do CDS, o eurodeputado afirmou: “O país não se anima, nem consegue alguma diferença com greves gerais, com greves em sectores produtivos, em sectores essenciais, com greves em dias que atiram directo ao coração produtivo das empresas afectadas, com greves nos portos que atingem as nossas exportações em milhões”.

Nuno Melo disse também não ser “normal”, numa altura em que Portugal mais precisa de produzir e exportar, haver portos, dos quais dependem as exportações, “a fazer greves cirúrgicas que, independentemente da legitimidade da reivindicação desses trabalhadores, dificultam a capacidade de recuperação”.

O vice-presidente do CDS criticou as greves nas empresas de transportes, “já de si deficitárias, impedindo tantas pessoas de irem trabalhar”. “Tem de haver espírito de união, de consciencialização das dificuldades. Os portugueses têm sido notáveis no esforço, mas é bom termos presente que, para superarmos esta crise, dependemos de nós e dos outros. Já que nos outros temos incerteza, ao menos em nós haja a capacidade de fazer alguma diferença”, afirmou.

Sobre as consequências de um eventual pedido do Presidente da República ao Tribunal Constitucional da fiscalização preventiva do Orçamento do Estado para 2013, Nuno Melo disse desejar que “todos os quadros de instabilidade sejam afastados”. “O que tenha de ser feito que o seja, mas que, se possível, nada de mau seja revelado, porque Portugal não tem margem para falhar”, acentuou.

Sobre a mesma matéria, recordou que “uma decisão recente do Tribunal Constitucional, que em muitos casos teve uma decisão mais política do que jurídica, foi trágica do ponto de vista das consequências económicas e financeiras para Portugal e das alternativas que tiveram de ser encontradas neste Orçamento do Estado”. O eurodeputado concluiu que “cada sinal e factor de instabilidade em Portugal são avaliados negativamente fora e prejudicam na recuperação interna e no juízo que pelos credores vai sendo realizado”.

Avelino Ferreira Torres, antigo presidente da Câmara do Marco de Canaveses e agora empossado na liderança do CDS local, disse que só em Janeiro é que a concelhia tomará posição sobre as candidaturas autárquicas. O dirigente local e actual vereador na oposição revelou, porém, que não haverá coligações. Sobre uma sua recandidatura à presidência da autarquia, Torres afirmou que só avançará se essa for a vontade do partido e do “povo do Marco”.

Sugerir correcção
Comentar