Nóvoa anuncia candidatura no fim de Abril

Ex-reitor defende a clarificação sobre a eleição do próximo Presidente da República. Santana coloca o seu nome em suspenso até Outubro e lança o de Portas

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Sampaio da Nóvoa Miguel Manso

António Sampaio da Nóvoa deverá anunciar que é candidato a Presidente da República no final do mês de Abril. Essa data é apontada pelo ex-reitor da Universidade de Lisboa na entrevista que dá ao Jornal de Notícias deste sábado.

“Não pode ultrapassar o mês de Abril”, responde Sampaio da Nóvoa, colocando assim o fim do mês como limite para a sua tomada de decisão que o PÚBLICO sabe ser neste momento de avançar. O PÚBLICO sabe que, por outro lado, a direcção do PS poderá apoiar esta candidatura, perante a informação de que António Guterres não se irá candidatar.

A premência da clarificação de quem é candidato a Presidente da República é justificada por António Nóvoa com o seguinte argumento: “Não é sério dizer-se que somos candidatos em Outubro para umas eleições que acontecem dois meses depois.” Ou seja, o ex-reitor considera que existe pouco tempo para campanha entre uma legislativas que de realizarão no último domingo de Setembro ou no início de Outubro e as presidenciais que deverão ocorrer no domingo 24 de Janeiro.

Apesar de considerar que a apresentação das candidaturas a Presidente da República não pode ficar para depois das legislativas, o ex-reitor admite: “Tenho consciência que antes do tempo das presidenciais, que é dos cidadãos, há o das legislativas, que é dos partidos.”

Sampaio da Nóvoa não é peremptório a afirmar-se como candidato, mas confirma que a sua disponibilidade “é no sentido de estar disposto a dar tudo pelo país, seja em que lugar for”. E sublinha: “O que me interessa é que haja mudança e um novo ciclo político para Portugal.”

O ex-reitor confessa ainda que tem “assistido com algum desconforto ao turbilhão das últimas semanas”, em que considera que “tem havido banalização, até uma certa ridicularização de um momento que é decisivo para os portugueses”. António Nóvoa defende que “esse momento de brincar ao esconde-esconde tem de acabar, é preciso que as pessoas afirmem as suas decisões, as suas ideias para o país”.

As afirmações de António Nóvoa, no limiar do assumir oficialmente que é candidato, surgem já na ponta final da preparação da sua candidatura, que tem já um staff de campanha, um grupo informal por agora mas que em breve se assumirá como direcção da estrutura que fá a campanha até Janeiro. Nóvoa está a congregar apoios na esquerda para lá do que é o universo dos partidos, mas também nas forças partidárias. E tudo indica que o PS e a sua direcção o venham a dar sinais de que o apoiam mais à frente. Essa terá sido a mensagem que o líder dos socialistas, António Costa, já dirigiu a Sampaio da Nóvoa.

A candidatura de Nóvoa surge assim depois de o militante socialista Henrique Neto ter já anunciado a sua intenção de se candidatar e no final da semana em que Helena Roseta afirmou aos microfones da Antena 1 que poderia ponderar avançar também como candidata a Belém se tivesse capacidade financeira para isso.

Santana de lado
Já à direita, Pedro Santana Lopes deu este sábado uma entrevista ao Diário de Notícias em que se põe em suspenso até Outubro a sua candidatura, considera que Marcelo Rebelo de Sousa já está na corrida «presidencial e lança o nome de Paulo Portas como uma hipótese de candidato a Belém.

Na entrevista Santana Lopes não deixa de criticar o final do segundo mandato do actual Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva e assume mesmo: Com toda a franqueza, penso que a partir de certa altura passou a ser difícil para o Presidente acertar naquilo que faz (até ao final do mandato) Vai ser muito difícil acertar.”

Sobre a sua possível candidatura a Presidente da República, Pedro Santana Lopes chega ao ponto de afirmar: “Há um ponto que queria deixar claro. É que o dr. Passos Coelho Pedro – mas isto, não sei o que preferem, se é palavra de honra, se é eu juro, o que quiserem-não me disse nada. Fui eu que lhe pedi uma reunião para lhe comunicar, antes de tornar público, essa minha decisão de me chegar para o lado.”

Mas acrescenta logo a seguir que "a candidatura à Presidência da República é uma decisão individual". E prossegue: "Acho que a questão da Presidência da República é quase um chamamento, com franqueza. Se uma pessoa chegar à altura - e para mim a altura é depois de Outubro - e sentir que há um chamamento..."

Quanto a Marcelo, Santana Lopes é claro a garantir que “Marcelo Rebelo de Sousa assumiu objectivamente que é candidato ou pré-candidato.” E, ao falar de Paulo Portas, não deixa de sustentar: “Sempre tive a ideia de que ele pode ser um dos candidatos a Belém.”

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