O ministro da Presidência do Conselho de Ministros fez esta quinta-feira o anúncio para, horas depois, o primeiro-ministro o desautorizar. A revelação do nome do futuro comissário português que vai fazer parte da equipa de Jean-Claude Juncker será feita esta sexta-feira, depois da expectativa criada no próprio dia pelo Governo.

Fora Marques Guedes quem, na conferência de imprensa realizada no final da reunião semanal do Conselho de Ministros, tentou antecipar a novidade. "O primeiro-ministro ficou mandatado pelo conselho para ainda durante a tarde de hoje [quinta-feira] fazer a indicação do nome que Portugal vai apontar para a nova comissão europeia, na sequência das eleições para o Parlamento Europeu do passado mês de Maio", afirmou o ministro da Presidência, Luís Marques Guedes sem, contudo, precisar se o anúncio seria feito em conferência de imprensa ou através de um comunicado. A declaração foi interpretada como estando para breve o anúncio. <_o3a_p>

No entanto, ao final da tarde o gabinete do primeiro-ministro fazia saber que o anúncio ficava para esta sexta-feira. "A decisão está tomada, mas só será divulgada amanhã [sexta-feira]", foi comunicado à agência Lusa.<_o3a_p>

A razão invocada para o protelar da comunicação foi a intenção de comunicar a escolha ao recém-eleito presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker, o que só deveria acontecer durante a noite de quinta-feira. Há cerca de 15 dias, Passos Coelho tinha apontado o final do mês de Julho como o prazo limite para Portugal indicar um nome para integrar a futura comissão europeia.<_o3a_p>

Nos últimos dias surgiram indicações de que Pedro Passos Coelho estaria a ponderar a possibilidade da actual ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, poder partir para Bruxelas e forçar uma remodelação governamental. O nome de Albuquerque seria um pedido do próprio Juncker. <_o3a_p>

Mas na fase inicial do processo os nomes de que se ouvia falar eram outros. Como os do actual presidente do Conselho Económico e Social (CES) e ex-ministro Silva Peneda e da ex-ministra e antiga eurodeputada pelo PSD, Maria da Graça Carvalho.<_o3a_p>

No início do mês de Julho, após uma reunião precisamente sobre este assunto, o líder do PS reiterou a sua posição de que o futuro comissário deveria vir da esfera socialista. Com os argumentos de que o actual nome português na comissão – Durão Barroso – é um social-democrata, para além de ter sido o PS a vencer as eleições europeias. E o nome que se destacou foi o de Maria João Rodrigues, também ex-ministra mas de António Guterres e perita em políticas europeias. Depois de ter sido eleita para o Parlamento Europeu, em Maio, nas listas do PS, Maria João Rodrigues assumiu estar disponível para o cargo.