“Nem mandamos no Governo, nem perdemos as nossas bandeiras”

Marisa Matias garantiu que o BE não desistirá da Europa, que lutará para mudá-la: “Confrontamos a Europa não por que tenhamos mau feitio.”

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Catarina Martins e Marisa Matias Miguel Manso

A eurodeputada Marisa Matias usou a sua intervenção nesta manhã de domingo, na X Convenção do Bloco de Esquerda, que decorre em Lisboa, para criticar a direita e o actual estado da Europa. À direita deixou uma mensagem: “Fiquem descansados, nem mandamos no Governo, nem perdemos as nossas bandeiras.”

“A geringonça despertou a direita”, começou por dizer. Lembrou que, durante muito tempo, a direita criticou o Bloco “por não ter cultura de compromisso e não assumir responsabilidades”. Agora, critica-a por fazer parte de uma solução de Governo, ironizou. Ironia que estendeu a outras declarações do discurso: para a direita, a esquerda “estaria proibida” de fazer entendimentos e “sobretudo” pôr em prática uma política de esquerda, acrescentou.

Marisa Matias garantiu que o Bloco tem noção das responsabilidades que têm em mãos e do trabalho que ainda tem de fazer e que “não é pouco”. Por isso, deixou clara a sua mensagem: “Cá estamos para lhes dizer que continuaremos a lutar contra o empobrecimento”, disse, acrescentando que farão essa luta em Portugal e na União Europeia.

“Confrontamos a Europa não por que tenhamos mau feitio”, disse, justificando que a confrontam porque o “projecto actual está caduco e de tem de ser derrotado”. Para Marisa Matias, “chega de experiências liberais”, o BE não quer uma Europa racista nem xenófoba, não quer uma Europa castigadora dos trabalhadores. A Europa, vincou, tem ser um projecto feito pelos povos e para os povos.

“Nunca desistiremos do nosso país”, disse, acrescentando que o BE já começou a mudá-lo. Mas também nunca desistirá da Europa: “Lutaremos para mudar a Europa”, afirmou, garantindo que enfrentarão as políticas liberais.

“O nosso objectivo é muito modesto: só estamos aqui para mudar o mundo”, terminou.

Na sua intervenção, o deputado José Soeiro que os últimos meses foram "intensos" politicamente, mas não se pode ficar na "mansidão da espera". O que existe, disse ainda, é "um espaço de disputa": "Nada acontecerá por si próprio e é a nós que nos cabe fazer acontecer." O bloquista Fabian Figueiredo, que também discursou, insistiu que o Bloco de Esquerda defende uma política contra Bruxelas.

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