Mulheres do PS reafirmam "inequívoca legitimidade"

A guerra das mulheres socialistas levou a 16 demissões na comissão política do departamento

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A comissão política das Mulheres Socialistas liderada por Isabel Coutinho reafirmou esta segunda-feira a "inequívoca legitimidade" da conclusão do seu mandato, que termina em Abril, independentemente de António José Seguro ter perdido as primárias e de António Costa ir ser eleito secretário-geral do PS.

Anunciando que Isabel Coutinho participará numa reunião com António Costa marcada para quinta-feira, a presidente das mulheres socialistas tenta assim reagir às críticas, que tem recebido por não se demitir do seu cargo na sequência do apoio que deu a Seguro durante a campanha das primárias. A cisão dentro do Departamento Nacional de Mulheres Socialistas parece ser a única manifestação de clivagem interna no PS.

Uma ruptura que a não ser resolvida antes do Congresso, surgirá como a única área de ruptura no Congresso, que depois de António Costa ter aceitado entrar em acordo com os apoiantes de António José Seguro, estando a ser gerida a elaboração das listas candidatas aos órgãos nacionais do PS por Ana Catarina Mendonça Mendes e Álvaro Beleza.

Depois de ter sido questionada por uma carta, Isabel Coutinho viu demitirem-se 16 mulheres da sua Comissão Política, que era composta por 50 mulheres e que reuniu no domingo, já sem a presença das demissionárias. As demissões surgiram depois de 32 mulheres terem enviada uma carta a Isabel Coutinho no mês passado. Entre as subscritoras estavam presidentes de federação, presidentes de Câmara e deputadas, como as deputadas Ana Paula Vitorino, Elza Pais e Maria Antónia Almeida Santos, a ex-eurodeputada Edite Estrela ou a presidente da Câmara da Amadora, Carla Tavares.

"Na sequência do processo das eleições primárias realizadas no passado dia 28 de Setembro, para a escolha do candidato do PS a primeiro-ministro, ficou claro que a presidente do DNMS [Departamento Nacional das Mulheres Socialistas] assumiu uma posição de facção, tendo deixado de ter legitimidade política para o exercício do cargo que visa representar todas as socialistas", lia-se na carta divulgada há um mês

Agora e na sequência da reunião de domingo e considerando que a sua legitimidade não está em causa apesar de Seguro ter deixado de ser líder, a Comissão Política presidida por Isabel Coutinho emitiu um comunicado onde reafirma a sua legitimidade.

"Este órgão, eleito em conformidade com os estatutos aprovados em Março de 2012 que, em parte, poderão ser revogados no Congresso Nacional - conforme tornado público -, firmou a inequívoca legitimidade da conclusão do seu mandato", diz o comunicado da comissão política do Departamento das Mulheres Socialistas, rejeitando que a sua acção seja prejudicada "por uma alteração estatutária posterior".

No comunicado, a comissão política das Mulheres Socialistas lamenta "a impossibilidade de debate com as camaradas promotoras" do abaixo-assinado que têm "assento no órgão e que legitmamente manifestaram a sua posição", mas não compareceram na reunião, precisamente porque se tinham demitido antes da reunião de domingo.

A comissão política das Mulheres Socialistas anuncia por outro lado que a sua presidente participa numa reunião com António Costa e os presidentes das federações do PS que se realiza quinta-feira.

No comunicado, as Mulheres Socialistas afirmam no comunicado "o seu total empenho em participar ao lado de António Costa, futuro primeiro-ministro, no caminho rumo à vitória do PS".

 


 

 

 

 

 

 

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