Movimento Revolução Branca recruta voluntários para investigar denúncias

Objectivo é averiguar actos ilícitos ou de desrespeito pelos direitos dos cidadãos e levá-los a tribunal.

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Ministério Público mostra inércia em algumas situações, acusam dirigentes do movimento Manuel Roberto

O Movimento Revolução Branca vai começar esta quarta-feira a recrutar voluntários para investigar denúncias de actos ilícitos na gestão pública ou de desrespeito pelos direitos dos cidadãos e levar os casos a tribunal, avançou à Lusa um dirigente.

O movimento cívico, criado no início do ano passado com o objectivo de “refundar o Estado”, quer “fazer aquilo que a própria Justiça tem sido incapaz de fazer”, explicou o dirigente Paulo Melo Romeira.

“Há cerca de 14 mil entidades que se alimentam do Orçamento do Estado e só 700 e poucas é que têm de prestar contas”, afirmou, acrescentando que “as parcerias público-privadas foram feitas para extorquir a riqueza do país”.

Perante este cenário, sublinhou o líder do movimento, foi decidido criar “um departamento que vai investigar um conjunto de processos, já referenciados, e, com base nas conclusões, agir em conformidade”, seguindo para os tribunais.

O novo “departamento de investigação de ilícitos vai ter uma forte componente de pessoas ligadas à área da advocacia e, paralelamente, uma equipa multidisciplinar que vai sendo chamada a intervir em função daquilo que se for detectando nos diversos processos que se forem estudando”, explicou.

“Temos alguns [meios financeiros e humanos] e vamos iniciar um processo de recrutamento a nível nacional para incorporar, nos nossos quadros, profissionais que aceitem de forma voluntária prestar o seu serviço de cidadania”, referiu.

O recrutamento será feito através de anúncios, divulgados a partir desta quarta-feira nas bases de dados e páginas de redes sociais do movimento, “a pedir as competências que faltam para dar andamento a todos os processos que estão pendentes, que são muitos”, acrescentou.

A ideia surgiu com base na quantidade de denúncias que o movimento recebe, mas também porque os fundadores do Revolução Branca consideram que o Ministério Público mostra inércia em algumas situações.
 
 

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