Iniciativa quer encher Largo do Carmo na madrugada de 25 de Abril

Quarenta anos depois, o Largo do Carmo pode voltar a encher-se de pessoas, desta vez não para desobedecerem às ordens de ficar em casa do Movimento das Forças Armadas, mas sim para reclamarem “um espaço público” da liberdade conquistada no 25 de Abril.

Vários grupos de cidadãos esperam que o Largo do Carmo se encha de pessoas na noite de 24 de Abril, para onde vão confluir várias "nascentes" da manifestação que começa às 21 horas a partir de vários pontos da cidade.

Todos os Rios vão dar ao Carmo  é o nome de uma iniciativa de vários colectivos que está a ser divulgada em várias áginas do Facebook - inclusive a do movimento Que se Lixe a Troika - que terá vários pontos de encontro e confluir para o Largo do Carmo.

Este movimento, que já organizou e participou em diversas manifestações cívicas, terá nascente no Tribunal Constitucional, às 21 horas, mas há outros pontos de encontro, como o Largo do Chiado, o Jardim do Príncipe Real e na Avenida  Almirante Reis, frente ao Banco de Portugal.

Na página do Que se Lixe a Troika é dito que "na noite de 24 de Abril saltam rios de vários pontos da cidade. Vários rios de gente que quer estar na rua neste dia – em vez de estar sozinha em sua casa – e que, com panelas, instrumentos, pancartas, vozes e vontades, desaguam no Largo do Carmo". E justificam a escolha: "Não é por acaso que queremos regressar a este sítio. Não só porque faz 40 anos que este largo se encheu de gente que não obedeceu às indicações de ficar em casa do Movimento das Forças Armadas, mas também porque queremos viver e reclamar o espaço público".

Vários outros grupos já confirmaram que vão aderir à iniciativa, para defender “a liberdade conquistada há 40 anos”, como o movimento Panteras Rosa, a organização sem fins lucrativos Dogma 12 e, entre outros, o bairro 25 de Abril no Barreiro.

Os estudantes de Belas Artes da Universidade de Lisboa também se juntam, formando um novo rio, que defende que, “se é verdade que há 40 anos o 25 de Abril nos trouxe o sonho de um ensino universal, gratuito e democrático, sabemos que hoje temos um governo empenhado em destruir a escola pública, em elitizar o Ensino Superior e em instituir um ensino para ricos e outro para pobres, como no tempo do fascismo”.

 

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