Morreu José Barata, o último sobrevivente da Revolta dos Marinheiros de 1936

Desaparece aos 97 anos o último militar vivo que participou no levantamento a bordo de navios da Armada em desafio ao Estado Novo.

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José Barata (à dir.) em 2006 nas comemorações dos 70 anos da revolta de 1936 Nuno Ferreira Santos

O sargento-ajudante José Barata, o último sobrevivente da Revolta dos Marinheiros de 1936, morreu neste sábado, em Oeiras, aos 97 anos, informaram à agência Lusa um amigo e o presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS). José Barata faleceu de madrugada no lar das Forças Armadas.

O militar, condecorado em 1999 pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, com o grau de comendador da Ordem da Liberdade, participou na Revolta dos Marinheiros, de 8 de Setembro de 1936, tendo sido deportado para o campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, onde cumpriu 11 de 15 anos de pena de prisão. José Barata cumpriu o resto da pena, depois de ter sido operado, no Forte de Peniche.

Em 2009, o militar e outros colegas foram homenageados pela Câmara Municipal de Almada, que inaugurou, na localidade do Feijó, o Monumento ao Marinheiro Insubmisso.

O presidente da ANS, Lima Coelho, recordou à Lusa, com "grande tristeza", o "elevado exemplo de convicções, de grande humildade perante a vida" de José Barata.

O militar era sócio da Associação Nacional de Sargentos, da Associação de Praças e do Clube de Praças da Armada.

O corpo de José Barata vai estar em câmara ardente na Igreja Nova Oeiras, de onde seguirá na segunda-feira de manhã o funeral, com honras militares, para o cemitério de Oeiras.

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