Menezes ignora Rui Moreira, mas diz que a sua candidatura também tem elites

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Menezes enviou recados a Rui Moreira, sem nunca nomear o seu possível adversário nas eleições Rui Farinha
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Menezes a falar aos jornalistas Rui Farinha

O candidato do PSD à Câmara do Porto, Luís Filipe Menezes, elogiou nesta quinta-feira o candidato do PS, Manuel Pizarro - "É uma pessoa estimável” -, disse que tem seguido "com atenção aquilo que é o candidato indiciado do Partido Comunista, que é o vereador em funções”, mas recusou fazer qualquer comentário sobre uma eventual candidatura de Rui Moreira, que, no caso de avançar, disputará o mesmo espaço político.

Viu as entrevistas de Rui Moreira?, perguntaram os jornalistas. “Estava a ver o Portugal-Equador. Eu sou um patriota. Para mim, é muito mais interessante”, respondeu Menezes, antes de se juntar num almoço aos presidentes de junta e outros autarcas de freguesia da cidade do Porto e de outros autarcas que o aguardavam no interior de um conhecido restaurante da Ribeira.

Conhece as declarações?, insistiram os jornalistas. “Eu tenho tido a preocupação de ler com muita atenção e ver as entrevistas dos candidatos à câmara. Neste momento o doutor Pizarro, que é uma pessoa estimável e que está a fazer um grande esforço do ponto de vista democrático para ter uma candidatura poderosa. E tenho seguido com atenção [aquele] que é o candidato indiciado do Partido Comunista, que é o vereador em funções que, independentemente das diferenças ideológicas que me afastam do PC (...), é alguém muito sabedor da realidade da cidade do Porto. Isso tenho lido com atenção, agora não leio mais nada a não ser isso”, declarou Menezes com ironia.

O presidente da Câmara de Gaia não quis fazer qualquer comentário relativamente ao presidente da Associação Comercial do Porto, que poderá vir a entrar na corrida autárquica, mas fez questão de dizer que também tinha elites na sua candidatura. “Nos últimos tempos tem-se falado muito de elites dirigentes. Eu penso que Américo Amorim, Ilídio Pinho, Alberto Neiva de Oliveira, Angelino Ferreira e tantos outros, que são elites da cidade, Lourenço Pinto, presidentes das associações desportivas diversas... São elites. Não há mais sangue azul de um lado do que sangue azul do outro”, assinala.

O autarca evidencia a “transversalidade” da sua candidatura, a qual conta também “com o apoio de sectores significativos das elites urbanas”. “Eu acho que temos um grande movimento popular abrangente para ter um extraordinário sucesso no final deste ano”, afirmou. “Tenho a profunda convicção por estes sinais, respeitando muito todos os adversários e a democracia, de que em Setembro inexoravelmente vamos liderar a cidade”, sublinhou.

O candidato do PSD disse ainda que o almoço com os autarcas da cidade se insere no trabalho que tem vindo a desenvolver “já há largas semanas” e que para si “é fundamental, porque estes presidentes de junta e estes autarcas foram aqueles que estiveram com a actual maioria municipal na última década: "Aquilo que é a rede tentacular democrática de base que apoiou esta câmara na última década está comigo.”

E desfiou mais apoios. “Comigo está também um conjunto enorme de cidadãos do Porto de vários matizes que não se identificavam com esta câmara. Significa que o nosso projecto é um projecto largamente abrangente, que tem gente que vai do BE ao CDS.”

Menezes não perdeu a oportunidade para exibir os apoios que vêm do parceiro da coligação governamental. “Temos falado muito do CDS nos últimos tempos e apraz-me dizer que militantes tão ilustres e significativos como João Anacoreta Correia, Sílvio Cérvan,  Marcelo Mendes Pinto e tantos outros estão na nossa candidatura. Demonstra a total abrangência desta candidatura.”
 
 

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