Mário Soares pede a Seguro que "se demita”

Ex-Presidente vaticina que o Governo cai este mês.

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Carlos Lopes

O Governo está a dar as últimas. O vaticínio é de Mário Soares, que prevê um Outono politicamente quente, dentro e fora do seu partido.

“Eu disse-vos que a partir de Setembro eles não se iam aguentar, e não se aguentam.” A justificação para a queda do Governo, afirmou, está no “envolvimento do primeiro-ministro em coisas graves de carácter económico, e não só”.

Já no que diz respeito ao secretário-geral do PS, as críticas foram ainda mais peremptórias. “Seguro, se quisesse ter um gesto de patriotismo, em vez de dizer asneiras, como está a dizer, demitia-se – porque ainda podia salvar qualquer coisa, mas, se o não fizer, sai muito mal.”

Mário Soares interrompeu o silêncio a que se submeteu durante o período de férias que está a gozar na praia do Vau para dar uma “mãozinha” à campanha de António Costa, e pelo caminho disparou em várias direcções.

“Eu disse-vos que a partir de Setembro eles [Governo] não se iam aguentar, e não se aguentam."  O primeiro-ministro, disse ainda Soares, “está na situação em que está – fez tantas coisas graves de natureza económica, e não só, que não pode continuar primeiro-ministro”.

O ex-Presidente da República falava numa conferência, a convite da Câmara de Portimão, destinada a debater o futuro da democracia. A presidente do município, Isilda Gomes, ao ver resvalar a conversa para os terrenos movediços da política interna do PS, apelou, sem sucesso, para que ficasse de lado a “questão Seguro-Costa”, mas as coisas caminharam noutro sentido.

Soares atacou o secretário-geral do PS, acusando-o de ter sido “durante muito tempo o associado principal da direita": "O grande amigo dele era o Presidente da República.”

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