Mário Soares diz que os mais favorecidos têm escapado à austeridade

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"Para onde tem ido o dinheiro que o Estado já recebeu?", questiona Soares Fernando Veludo (arquivo)

Mário Soares considera que as medidas de austeridade não estão a atingir de forma equilibrada todos os portugueses. Para o ex-Presidente da República os cortes decididos pelo Governo em resposta à crise económica “têm atingido gravemente os mais desfavorecidos e a classe média, em via de empobrecimento” mas “os mais favorecidos não são atingidos”.

No artigo de opinião desta terça-feira no Diário de Notícias, Mário Soares diz que a “austeridade, por si só, não leva a parte nenhuma”, apenas a “mais recessão, mais desemprego e maior destruição do Estado Social”.

O antigo chefe de Estado considera que apesar das promessas do Governo, de acabar com situações como o enriquecimento ilícito, “nada se fez por enquanto”, e condena a resposta ao crescente desemprego por parte do Executivo, a emigração.

“Curiosamente, o despesismo do Estado e das empresas públicas continua. Dos grandes ‘buracos’ fala-se pouco e dos casos escandalosos também não. Os responsáveis estão impunes. Tudo continua por esclarecer... Para onde tem ido o dinheiro que o Estado já recebeu? Não se sabe”, escreve Mário Soares.

À equipa de Pedro Passos Coelho fica ainda a crítica do “despesismo do Estado e das empresas públicas”, recordando Mário Soares que na última campanha eleitoral o PSD teve como uma das suas principais bandeiras o corte “nas gorduras do Estado”. “Ora parece, paradoxalmente, até ter vindo a engordar...”.

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